Dilma enfrenta vaias em prêmio de Direitos Humanos
A presidente Dilma Rousseff (PT), entre vaias e aplausos, citou sua experiência durante a ditadura militar para condenar nesta quinta-feira (12) a prática de tortura. A petista discursou durante a 19ª edição do Prêmio de Direitos Humano, em Brasília. O clima era de tensão entre militantes do setor. As informações são da Folha de S. Paulo.
“Eu, que experimentei a tortura, sei o que ela significa de desrespeito a mais elementar condição de humanidade de uma pessoa. Estamos determinados a mudar este quadro”, afirmou a presidente, num dos poucos momentos em que sua fala não foi encoberta pelos gritos dos presentes.
“Apesar de termos ratificado a convenção das nações unidas contra a tortura (…) é necessário reconhecer que a tortura continua”, afirmou.
A presidente e seus ministros foram recebidos pela plateia entre aplausos e vaias. Houve momentos em que um grupo dirigiu vaias a Dilma e a ministros presentes, enquanto outros a aplaudiam e gritavam seu nome.
Outro grupo, de mascarados, chegou a ser detido pelos seguranças locais com cartazes. Depois, alguns manifestantes portando papeis contra a Polícia Militar teve a entrada limitada, mas foi liberado ao início da solenidade.
Enquanto a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, discursava e condenou a prática “de qualquer ato violento”, esse último grupo dirigiu vaias ao seu discurso. Depois, na fala de Dilma, voltou a gritar palavras de ordem contra a polícia.
Integrantes do grupo foram questionados pela publicação, mas evitaram falar. Disseram que estavam junto com pessoas ligadas a Débora Maria da Silva, fundadora do movimento Mães de Maio, composto por familiares de vítimas de violência praticada pelo Estado. Ela foi uma das homenageadas no evento.
A presidente assinou, durante a solenidade, decreto que define diretrizes de prevenção e combate à tortura. O documento cria um comitê de prevenção e combate à tortura e incentiva a implementação de mecanismos contra esse tipo de violência.