— Meu sonho é jogar com o meu pai um jogo oficial pelo Mogi Mirim. Espero fazer uma bela Copa São Paulo pelo time de juniores e ser chamado para o profissional. Se o meu pai estiver bem do joelho direito, acho que este sonho se tornará realidade. Ele vai fazer uma ressonância para saber se vai poder jogar ou não. Estamos na torcida, tomara que dê certo — disse o jovem Rivaldinho, que foi o vice-artilheiro do Paulista Sub-20, com 16 gols.

Aos 41 anos, Rivaldo ainda não encerrou oficialmente a carreira de jogador. Seu último clube foi o São Caetano, onde não teve uma passagem de destaque.

São raros os casos no futebol de filhos jogando com os pais no mesmo time. Recentemente, o Miramar Misiones, time da Primeira Divisão do Uruguai, contratou o atacante Walter Pandiani, de 37 anos, e seu filho Nicolás Pandiani, de 19 anos, para a disputa da competição local. No basquete, o Mão Santa Oscar conseguiu jogar ao lado do filho Felipe no Flamengo, no fim da carreira.

O caminho para Rivaldinho chegar ao sucesso na carreira será árduo e, por isso mesmo, ele escuta dicas de quem sabe, para ir longe.

— A gente (Rivaldinho e Rivaldo) sempre se fala antes dos jogos. Meu pai diz para eu ficar tranquilo. Para fazer o simples em campo. Depois dos jogos, me avalia sempre. Me ajuda bastante. Com a experiência que ele tem no futebol, é claro que é a pessoa ideal para eu ouvir — analisou Rivaldinho.

Como não poderia deixar de ser, Rivaldinho tem como maior ídolo no futebol o pai e lembra com muito carinho a Copa de 2002.

— Eu me lembro um pouco da Copa, era muito novo, mas vejo os lances na Internet e vejo como o meu pai foi espetacular. Se eu for um pouco do que ele foi, já estou satisfeito. Dizem que foi o melhor daquela Copa. Concordo. Meu pai é o meu espelho — diz, orgulhoso, Rivaldinho, o futuro da família.

‘Quase parei de jogar em 2009’

Ser filho de Rivaldo quase atrapalhou a carreira de Rivaldinho. Em 2009, ele pensou em parar de jogar pela pressão externa que recebia. Muitas pessoas diziam que ele só jogava no Mogi Mirim porque era filho do presidente do clube.

— Dentro do Mogi não tem isso, ninguém comenta. Sabem como eu trabalho. Pessoas de fora, que não me conhecem, é que sempre falam. Em 2009, pensei em desistir da carreira por isso. Liguei para o meu pai, disse que não estava aguentando a pressão. Mas ele me disse para continuar, que eu tinha potencial. E segui. Continuei fazendo os meus gols e hoje percebo que jogo pelas minhas qualidades. Esta discriminação me atrapalhava antigamente e hoje só me motiva – disse Rivaldinho, que viveu o ápice de sua curta carreira nesta temporada. O título de campeão paulista Sub-20 pelo Mogi Mirim tem um significado especial para o garoto.

— Foi o meu primeiro ano na categoria de juniores e já conquistar este título de cara é especial, minha maior emoção no futebol — completou Rivaldinho, que também já passou pelo Corinthians.

Fonte: Extra