12 mil famílias estão ameaçadas de ficar sem Bolsa Família por falta de cadastro
Elas terão oportunidade para retornar aos postos a partir da próxima semana, dia 18 e até o final de fevereiro
A estimativa é de que 12 mil pessoas deixaram de fazer a revisão cadastral para o Bolsa Família ontem, no último dia. Segundo a Secretaria de Promoção Social e Combate a Pobreza (Semps) não haverá prorrogação, pois o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS ), órgão responsável pela concessão do benefício, vai desativar o sistema eletrônico por uma semana, momento em que trabalha na lista dos beneficiários recadastrados.
Porém estas pessoas que não se recadastraram, procedimento que deve ser feito após dois anos de benefício, terão oportunidade para retornar aos postos a partir da próxima semana, dia 18 e até o final de fevereiro. Mas a Semps ressalva que mesmo assim o benefício de janeiro será bloqueado e só receberão junto com o mês de fevereiro. Já as pessoas que não compareceram em nenhuma destas datas terão o benefício cancelado e em outra oportunidade poderão se inscrever, mas passarão por nova triagem como se fosse a primeira vez.
Nas filas dos postos, as beneficiárias continuaram com as mesmas reclamações dos dias anteriores: da demora no atendimento e longas filas sujeitas a sol e chuva. No entanto, a Semps prosseguiu com o remanejamento de pessoas em kombis para o posto localizado no Comércio, na Rua Conselheiro Saraiva, n° 43, Comércio, onde o atendimento era mais rápido devido ao maior número de funcionários.
Remanejamento para recadastramento
Foi o que aconteceu com Ângela Souza Santos, residente na Lapinha, que se encontrava desde as 8 horas no posto do Previs, na Avenida Joana Angélica, e foi deslocada para o Comércio em uma kombi com mais dez pessoas. “A previsão era de que ia entrar a tarde a dentro para ser atendida, mas com o remanejamento vai ser mais fácil, pois dizem que lá é rapidinho”, afirmou.
Um dos principais problemas enfrentados, na hora da triagem, estava relacionado à documentação que faltava, e o desespero se via estampado nos rostos destas mulheres. Como foi o caso de Rosa Neide Pereira dos Santos, de Cajazeiras, na hora da triagem pela funcionária da Semps, foi verificado o aviso pela Caixa Econômica de que a escola não havia enviado a frequência de seus dois filhos, de 12 e 14 anos, neste caso, não pôde se recadastrar.
“Não entendo porque a escola ainda não enviou. O meu filho mais velho trocou de colégio neste ano. Passou a estudar no Colégio Estadual José de Oliveira e antes estudava no municipal Beatriz Faria e o menor continua na municipal. Já me enviaram isto antes, compareci na escola eles disseram que não tinham recebido a informação da Caixa que eu recebia Bolsa Família. Agora só em janeiro para resolver isto”, contou desolada.
Em relação a estes problemas de frequência escolar, a Semps informou que o beneficiário precisa acompanhar o filho na escola porque quem manda a situação escolar do aluno, cuja família é cadastrada no Bolsa, é a direção da escola diretamente para o Ministério do Desenvolvimento Social, se o aluno teve.
Para o MDS, os estudantes de seis a 15 anos devem cumprir uma frequência escolar mensal mínima de 85% da carga horária. E os jovens entre 16 e 17 anos devem ter frequência de, no mínimo, 75%.
De acordo ainda com a Assessoria de Comunicação Social da Secretaria de Promoção Social e Combate a Pobreza (Semps), a atribuição do órgão é o atendimento, mas as pessoas deixam para a última hora o recadastramento, pois têm dois anos para comparecer nos postos e não comparecem antes. As cartas foram enviadas em abril, junho e setembro deste ano. (iG)