“Não temos que conviver com a seca, precisamos resolver o problema”, diz prefeito de Uauá

Olímpio Cardoso

Grazzielli Brito – Ação Popular

Os prefeitos do sertão baiano estão padecendo com a seca que continua atingindo mais de 170 municípios. Os governos federal e estadual precisam imediatamente tentar resolver essa situação com ações mais concretas pra o enfrentamento do problema. A porta das prefeituras, com recursos cada vez mais escassos, é onde a população desamparada vai procurar auxílio, com seu rebanho praticamente dizimado, o comércio abalado e sem água nem para consumo humano. Prefeitos, vereadores e secretários municipais são os mais próximos dessa realidade e por isso falam com propriedade sobre o problema, como Olímpio Cardoso (PDT), prefeito de Uauá.

“Chega de paliativos, é preciso solução concreta. Inclusive, sou contra quando se prega essa ‘convivência com a seca’. Esses programas sociais, carros-pipas, distribuição de cisternas, realmente se não fossem eles a situação estaria muito pior. Mas é preciso uma ação maior. Temos que pensar em programas como esse ‘Canal Águas do Sertão’, trazer água do São Francisco para a Bahia mesmo e não para o Ceará, perfurar poços profundos, que possam ser usados para irrigação, investir em dessalinizadores, barragens. Esse trabalho é que chamo de concreto e temos que fazer. Esse termo de ‘convivência com a seca’ não existe em meu dicionário. Não temos que conviver com a seca tem que procurar resolver o problema com trabalho”, explanou Olímpio.

No município que representa Olímpio disse que está projetando uma nova Barragem no Riacho da Besta. “É o início de um trabalho que nos queremos fazer durante a administração, precisamos ter água, devidamente armazenada”.

Somente obras estruturantes podem resolver o problema histórico da região, que deve continuar sofrendo com os baixos níveis de precipitação pluviométrica, enquanto isso o governo realiza algumas ações emergenciais, como a distribuição de água através de carros pipas. “Os famigerados carros pipas são um mal necessário, porque as pessoas consomem dessa água o que não é apropriado, mas se não fosse o carro pipa o que seria da população? Ela teria morrido”, alerta o prefeito.

De acordo com o Centro de Gerenciamento de Risco e Desastres (CENAD), 173 municípios baianos sofrem com os efeitos da seca. O prejuízo atinge 100% da produção da agricultura familiar, grande responsável pelo sustento de muitas famílias no estado. A falta de chuvas também prejudica a criação de rebanhos, assim muitos criadores se veem obrigados a se desfazer do rebanho, vendendo-os a um preço mais baixo.

As chuvas que caíram durante a madrugada desta quinta-feira em Juazeiro e Petrolina não chegaram a Uauá.

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