Três estados emperram acordo para criar federação entre PT e PSB

Jairo Costa Júnior

Três entraves ainda atrapalham PT e PSB de criarem uma federação partidária com as duas siglas para a disputa eleitoral deste ano. Lideranças de ambas as legendas na Bahia apontam conflitos de interesse em São Paulo, Espírito Santo e Pernambuco como os últimos nós nas negociações entre as cúpulas petista e socialista. Da lista, a recusa do PT em abrir mão da candidatura do ex-prefeito de São Paulo ao Palácio dos Bandeirantes e apoiar o ex-governador Márcio França (PSB) é considerada a barreira mais difícil de ser ultrapassada e pode impedir que a federação se concretize.

Virado à paulista
De um lado, o PT classifica a manutenção de Haddad no páreo como crucial para evitar o processo de desidratação do partido em São Paulo, berço da sigla. Do outro, caciques do PSB afirmam que Haddad tem teto, enquanto França, além de mais bem posicionado nas pesquisas, agrega votos do eleitorado de centro-direita insatisfeito com o longo domínio do PSDB no estado. Trunfo que, acham, o petista não tem.

Moqueca capixaba
Outra barreira está no Espírito Santo. Lá, o governador Renato Casagrande (PSB) resiste ao acordo com o PT. Eleito no primeiro turno em 2018, Casagrande credita o desempenho nas urnas à parcela de eleitores antipetistas que não embarcaram na candidatura do deputado federal Carlos Manato (PSL), à época representante do bolsonarismo na corrida pelo governo capixaba. Líderes do PSB baiano afirmam que Casagrande está convicto de que a aliança com os petistas vai prejudicá-lo. No entanto, sabe também que a filiação do senador Fabiano Contarato ao PT deve embaralhar o jogo. Contarato, ex-integrante da Rede, é tido como estrela em ascensão na política do Espírito Santo.

Bolo de rolo
A terceira pedra no caminho da federação do PT com o PSB vem de Pernambuco, onde os dois partidos travam um duelo fratricida. Recentemente, os cardeais petistas sacaram a candidatura do senador Humberto Costa na tentativa de forçar o PSB pernambucano a endossar o acordo, em troca do apoio do PT ao nome ungido pelos socialistas. O bizu é que o PSB ainda bate cabeça sobre a escolha do candidato que vai representá-lo na sucessão estadual, embora o ex-prefeito de Recife Geraldo Júlio desponte como opção natural.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *