Venezuela registra o dobro de sequestros em 2022 e prevê aumento desse crime neste ano

Casos diminuíram com a crise econômica, mas número voltou a crescer com o aumento da circulação de dólares no país

Larissa Crippa*, do R7

Pessoas que recebem em dólar são alvo de sequestro na Venezuela

Pessoas que recebem em dólar são alvo de sequestro na Venezuela

O Observatório da Violência Venezuelana (OVV) registrou no fim de 2022 um aumento no número de sequestros em relação ao de anos anteriores. Segundo os dados coletados pela organização, foram registrados pelo menos 53 sequestros ao longo do ano, quantidade que quase dobrou em relação à de 2021.

A coordenadora da OVV, Iris Amelia Rosas, explicou ao El Diario, jornal espanhol, que esse tipo de crime é uma oportunidade mais vantajosa para quadrilhas e criminosos. Os trabalhadores que recebem em moeda americana são o principal alvo dos sequestradores.

Segundo Rosas, esse crime cresceu onde há menos controle do crime organizado e mais dinheiro circulando.

Em maio de 2022, um homem foi localizado pela polícia após ficar quase seis meses em um cativeiro.

“Os sequestros tornaram-se novamente possíveis porque agora é fácil coletar em dólares e não em bolívares. A partir daí, recomeçou o sequestro de comerciantes que, sem movimentar grandes somas de dinheiro, recebem renda em espécie”, explicou o sociólogo e pesquisador Roberto Briceño León ao jornal espanhol.

Roberto conta que a falta de dinheiro em espécie impactou a violência urbana, porque os criminosos precisavam roubar uma grande quantidade de notas em moeda local, algo que estava faltando na mão da população e dos comerciantes.

Nesse novo cenário, a previsão é que o sequestro volte a ser praticado com mais frequência em 2023, e a Venezuela planeja intervenções.

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