Opinião
Não foi como nos velhos tempos, nos quais era tietado e bajulado, a passagem do presidente Lula, ontem, pelo Nordeste. Na Bahia, terra do seu ministro da Casa Civil, Rui Costa, passou pelo constrangimento de ser chamado de ladrão durante visita ao Farm Show, feira do setor agropecuário, na cidade de Luís Eduardo Magalhães, Extremo Oeste do Estado.
No início de maio, Lula afirmou que visitaria a feira baiana para fazer inveja à Agrishow, de Ribeirão Preto (SP), maior evento do agronegócio na América Latina. Na ocasião, o presidente chamou os empresários paulistas do agro de “fascistas”. O vídeo no qual foi chamado de ladrão viralizou na internet, sendo compartilhado por milhares de internautas.
Em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, onde esteve ontem depois de passar pela Bahia, o petista voltou a criticar a taxa básica de juros, a Selic, afirmando que o valor atual não condiz com o patamar da inflação. Disse que é preciso ter crédito para as indústrias crescerem no País, mas não detalhou políticas específicas para contornar o problema.
“Esse País vai voltar a crescer, vai voltar a ter crédito. Não há nenhuma explicação histórica para a gente ter os juros mais altos do mundo, a 13,75%, quando na verdade a inflação está, durante 12 meses, apenas em 4,7%. Para que esses juros tão altos? Quem é que ganha com isso? E quem é que perde? Quem perde a gente sabe quem é. É o povo brasileiro, o empresário que quer investir”, afirmou. Lula, no entanto, errou o valor da inflação acumulada dos últimos 12 meses, que está em 4,18% considerando o mês de abril, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).