Maruim transmite Febre Oropouche (Foto: Arquivo)

O Governo de Pernambuco publicou, nesta quinta (22), no Diário oficial, a criação de um comitê técnico formado por vários setores para  enfrentar a Febre Oropouche.

Com isso, o Estado  recomenda  a  intensificação  da  vigilância  de  transmissão vertical do vírus, provocada pelo maruim.

Esta semana, Pernambuco registrou mais um caso de óbito de feto que estava com a Febre Oropouche.

A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), na terça-feira (20).

Esta foi a terceira ocorrência de óbito fetal com quadro positivo para o vírus.

O novo caso aconteceu na cidade de Machados, no Agreste do Estado, e a mãe do bebê tem 43 anos e estava com 34 semanas de gestação.

Conforme a SES-PE, em apenas um deles, até o momento, chegou-se à conclusão de que o Oropouche foi motivo do óbito.

Para criar o comitê, o governo considerou a Nota Técnica nº 21/2024, que confirmou a identificação de casos de transmissão local de febre do Oropouche, com comprovação de transmissão vertical e óbito fetal.

Também considerou  a necessidade de adotar medidas eficazes para o controle, prevenção e tratamento da doença, bem como para minimizar os  impactos  à  saúde  da  população.

Outra questão apontada é a  importância  da  articulação  entre  os  diversos  setores  da  sociedade  para  enfrentamento  e  respostas a emergências em saúde pública.

O Comitê Estadual Intersetorial de Enfrentamento ao Oropouche (CEIEO), vai coordenar, acompanhar e avaliar as ações de controle, prevenção e tratamento da doença no Estado.

 São competências do comitê:

Elaborar e acompanhar o Plano Estadual de Enfrentamento ao Oropouche;

Definir  diretrizes  para  intensificar  a  mobilização  de  enfrentamento  ao  OROV,  com  divulgaçã o  de  informações  sobre  a  situação  epidemiológica, as aç õ es e os resultados obtidos para todo o Estado;

Definir as diretrizes para a adequada assistência à saúde;

Apoiar as ac%u0327ões de mobilização para enfrentamento ao OROV, realizadas pelos demais órgãos estaduais e municipais, bem como pela  sociedade  civil,  visando  à    integralidade  das  ações  de  combate  ao  vetor em  todas  as  esferas  de  governo,  fixando  os  objetivos  e  prioridades comuns aos órgãos participantes;

Promover  a  pesquisa  e  o  desenvolvimento  de  novas  tecnologias  para  o  diagnóstico,  tratamento  e  prevenção  da  doença  e  seus  impactos, sobretudo na população de gestantes;

Direcionar a formação de grupos de trabalho temáticos, cada qual com responsabilidades específicas e complementares para garantir a adequada operacionalização dos planos elaborados.

O comitê se  reunirá  ordinariamente  a  cada  15  dias  enquanto  perdurar  situação  de  importância  epidemiológica  no  Estado  e  extraordinariamente  quando for convocado.

A SES-PE reforçou os cuidados em relação às gestantes quanto à prevenção da doença. É importante, para o momento, que as grávidas pernambucanas diminuam a exposição à picada do maruim (culicóide), transmissor do Oropouche.

“Usar roupas que protejam a pele da exposição, principalmente nos horários de penumbra (ao amanhecer e ao anoitecer), quando os vetores se mostram mais ativos. Além disso, estar mais atento a essas precauções em locais próximos a matas ou florestas, ou com presença de árvores frutíferas”, destacou a pasta em nota.

Segundo a secretaria, outra forma de prevenção é o uso de repelentes adequados para gestantes (produtos à base de Icaridin ou Picaridin, N-Dietil-meta-toluamida (DEET),  IR 3535 ou EBAAP (BVS, 2022) e o cuidado com o acúmulo de lixo, também ajudam a evitar o contato com os insetos.

Pernambuco contabiliza 122 casos confirmados da Febre do Oropouche.

Até o último boletim, divulgado na terça, o vírus isolado tinha sido  identificado em pacientes dos municípios de: Jaqueira, Pombos, Água Preta, Moreno, Maraial, Cabo de Santo Agostinho, Rio Formoso, Timbaúba, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Catende, Camaragibe, Ipojuca, Itaquitinga, Macaparana, Sirinhaém, Bonito, Garanhuns, Aliança e Machados.