Quando exposto, Lula nunca sabe de nada

Opinião

As notícias envolvendo o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, sobre supostos casos de assédio sexual, são antigas e do conhecimento do próprio presidente Lula. Circularam com intensidade no Palácio do Planalto desde o ano passado, segundo ministros que deixaram vazar para a mídia. Mas foi preciso que houvesse uma denúncia formal da organização Me Too Brasil para o chefe da nação reagir.

A referida instituição, que presta apoio a vítimas de violência sexual, informou na quinta-feira passada que recebeu denúncias de assédio envolvendo Almeida. Em nota, o ministro chamou as suspeitas de “ilações absurdas” e afirmou que acionou a Controladoria-Geral da União, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa.

O caso, que será investigado pela Polícia Federal, foi revelado pelo portal Metrópoles, de Brasília. Em meados de 2023, Silvio Almeida era citado como um dos nomes que poderiam disputar a indicação do presidente Lula para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a aposentadoria, em setembro, da ministra Rosa Weber.

Mas os relatos informais de um suposto caso de assédio sexual envolvendo o ministro chegaram ao gabinete de Lula e foram usados, de acordo com integrantes do primeiro escalão do governo, como argumento para descartar a possibilidade de Almeida ser escolhido para a Corte. Em entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia, Lula disse que ficou sabendo ontem das denúncias de assédio sexual envolvendo Silvio Almeida.

Segundo ministros, porém, os relatos informais das acusações já tinham chegado há algum tempo a Lula e à primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Não foi esclarecido, porém, se a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, uma das assediadas pelo ministro, contou o caso. Janja publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Anielle após a história vir à tona.

Por: Magno Martins

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