Por Andreza Mattais
Colunista do UOL
O presidente do PSDB, Marconi Perillo, disse à coluna que será uma “surpresa” se a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, deixar o partido.
“Nunca tratamos sobre isso. Temos uma relação muito boa, e fiz tudo o que foi possível para apoiá-la nas eleições municipais. Não tenho qualquer motivo para duvidar da correção da governadora em relação ao partido”, afirmou Perillo.
Procurada, a governadora não ligou de volta.
A coluna Lauro Jardim, de O Globo, informa que Lyra está de malas prontas para o PSD, de Gilberto Kassab, que se tornou o partido com o maior número de prefeitos do país nas eleições do último domingo (27). Kassab já conseguiu tirar do PSDB várias lideranças em São Paulo.
A governadora disputa espaço político com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), eleito com 78,11% dos votos. O candidato dela na capital, Daniel Coelho, recebeu 29.788 votos, uma derrota acachapante. Ela venceu Campos, contudo, em Olinda, onde apoiou justamente um nome do PSD, Mirella Almeida.
A próxima queda de braço entre os dois grupos é pelo apoio do presidente Lula em 2026. Não é à toa que, no minuto seguinte ao resultado da eleição, João Campos anunciou apoio à reeleição do presidente Lula. A governadora tem o ministro da Casa Civil, Rui Costa, como aliado dentro do Planalto nessa disputa.
Esvaziamento
Além de Pernambuco, o PSDB governa o Rio Grande do Sul, com Eduardo Leite, e o Mato Grosso do Sul, com Eduardo Riedel.
O partido, que já comandou a presidência da República duas vezes e venceu sete eleições seguidas para o governo de São Paulo, sofre um esvaziamento desde que lideranças foram envolvidas em denúncias de corrupção.
Nas últimas eleições municipais, o partido fez 276 prefeitos, mais do que o PT, que elegeu 252. Apesar do número, o partido não elegeu nenhum prefeito de capital. O PT ganhou em Fortaleza.