Éden critica silêncio de ACM Neto: “Sob a suposta neutralidade, fica exposta a total cumplicidade”
Para o presidente do PT Bahia, omissão em relação a Bolsonaro ‘na verdade é compromisso’
Presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Éden Valadares criticou o candidato derrotado ao Governo do Estado, em 2022, ACM Neto, por continuar se mantendo calado seis dias após a Polícia Federal revelar um golpe de Estado contra a democracia no Brasil, que previa, inclusive, o assassinato do presidente Lula e do vice, Geraldo Alckmin, além do ministro Alexandre de Moraes. A PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas envolvidas na trama por rejeitar a decisão popular das urnas, mas, até o momento, o ex-prefeito de Salvador não se manifestou, enquanto lideranças políticas de todo o país se declararam espantadas e condenaram publicamente a tentativa do golpe.
“1 semana. 6 dias. Para ser exato, 154 horas se passaram desde que a Polícia Federal revelou a trama para dar um Golpe de Estado no Brasil e assassinar o presidente Lula, seu vice Alckmin e o então presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Nesse tempo – em que 37 pessoas foram indiciadas, dentre elas, o próprio Bolsonaro – um eco vai ficando para a História: o silêncio de ACM Neto”, disse o dirigente petista, ao destacar: “Sob a suposta neutralidade, fica exposta a total cumplicidade”.
Éden reforçou a incompatibilidade entre conluio e a lei mais importante e suprema do país e questionou como uma liderança política como ACM Neto opta pelo silêncio diante de um atentado inquestionável à democracia. “Não há espaço entre a conspiração e a Constituição. Não existe incerteza entre o conluio e a vontade popular. Se de um lado está o enredo golpista e, do outro, a integridade da Democracia, como se calar?”.
“O cálculo do ex-prefeito e do seu grupo político é baseado em uma histórica conivência com o autoritarismo, somada a doses cavalares de conveniência eleitoral. Quem acompanha a política na Bahia, desde o segundo turno de 2022 mas sobretudo nas últimas eleições municipais, sabe que não há diferença entre o 44 e o 22. Articulam, planejam, caminham juntos e formam o mesmo palanque”, acrescentou o presidente do PT Bahia.
Para o petista, a falta de uma declaração de Neto expõe claramente sua posição política em relação a Bolsonaro e ao bolsonarismo no estado. “Portanto, o que pode parecer ser omissão de ACM Neto em relação a Bolsonaro, na verdade é compromisso. Não restam dúvidas de que o carlismo e o bolsonarismo se fundiram em uma coisa só na Bahia”.