Hospital da Polícia Militar de Pernambuco pede socorro

 

Por Larissa Rodrigues

Volta e meia o Hospital da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) é destaque na imprensa, com denúncias de falta de infraestrutura e de medicamentos, entre outros problemas. A unidade, oficialmente denominada Centro Médico Hospitalar da PMPE (CMH), fica no bairro do Derby, na área central do Recife, e tem como propósito atender aos integrantes da polícia e do Corpo de Bombeiros Militar, além de seus familiares.

No dia 18 de novembro deste ano, uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) jogou luz no assunto. A reunião foi solicitada pelo deputado coronel Alberto Feitosa (PL), que visitou as instalações da unidade e registrou a insatisfação de pacientes e problemas como teto com infiltração, banheiros interditados, paredes com mofo e cadeiras quebradas.

Também em novembro, no dia 25, um ofício enviado para o diretor de saúde da PMPE, coronel Jader Wanderley Barros e Silva Filho, informou sobre a suspensão de internamentos de urgência no Centro Médico. O documento foi assinado pelo tenente-coronel Gustavo Sampaio de Souza Leão, chefe interino do hospital.

O mesmo ofício relatou que também estavam suspensos novos internamentos na UTI e cirurgias eletivas, entre outros atendimentos, por falta de pagamento à cooperativa responsável que fornece profissionais de enfermagem ao Hospital da Polícia e trabalhadores que realizam exames de imagem.

Como se não bastasse a situação do Centro Médico, há outras dificuldades enfrentadas por quem depende do Sistema de Saúde dos Militares do Estado de Pernambuco (Sismepe). Este blog tem recebido denúncias de que, pasmem, pacientes oncológicos estão sem acesso a tratamento e recebem a orientação para que aguardem, porque estaria havendo “renovação de contrato com as clínicas”.

É, no mínimo, desumano pedir a um paciente com câncer que aguarde e ainda dizer que não há previsão para seu atendimento. Há relatos de pessoas que iniciaram o tratamento com quimioterapia e precisaram interromper, porque as novas sessões não foram autorizadas. O que fazer numa situação dessa? Pedir para a doença aguardar a boa vontade do Estado?

EXAMES, NEM PENSAR – Segundo as informações repassadas do blog, há dificuldade para fazer exames no Centro Médico Hospitalar da PMPE. Os setores de endoscopia e colonoscopia estariam fechados, sem datas definidas para retorno. Exames de sangue e de ultrassonografia de mamas também estariam suspensos desde o mês de agosto deste ano. Outra denúncia diz respeito ao atendimento de 64 crianças autistas filhas de bombeiros e policiais militares que ficaram sem atendimento em uma clínica especializada desde o início de dezembro, porque o contrato com o governo não foi renovado.

Policiais maqueiros – O blog do Magno também recebeu relatos de que os salários dos funcionários terceirizados do Hospital da PM estariam atrasados por falta de pagamento do governo para as empresas, prejudicando técnicos de enfermagem, copeiros, anestesistas, fisioterapeutas, médicos e maqueiros. Alguns maqueiros, inclusive, teriam deixado os empregos e policiais militares teriam assumido suas funções, ou seja, policiais que poderiam estar nas ruas combatendo o crime estariam trabalhando como maqueiros na unidade, situação que ocorre há quatro meses.

Sem resposta da SDS – O blog procurou a Secretaria de Defesa Social (SDS) e relatou por email todas as denúncias que chegaram. No entanto, não recebeu resposta alguma até o fechamento desta coluna. Recebemos a informação, entretanto, de que a governadora Raquel Lyra (PSDB) estaria planejando fazer uma visita à unidade para entregar máquinas de exames. O comentário nos bastidores é de que não adianta fazer a foto entregando o equipamento se depois não vai haver funcionário para manuseá-lo, porque o Estado não pagou às terceirizadas.

Do Blog do Magno Martins

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *