“Não tenho mácula, tenho ficha limpíssima”, diz a candidata Sibelle Fonseca

Sibelle Fonseca

Grazzielli Brito – Ação Popular

Sibelle Fonseca sempre foi conhecida em Juazeiro, pelo seu trabalho com o jornalismo, atuando em emissoras de TV e rádio. A partir da Eleição 2012, Sibelle além de mulher da mídia passa a ser conhecida também como “mulher política”. A política sempre esteve presente na vida da jornalista que se filiou ao PT, em 1988, do qual pediu desfiliação. A candidata a vereadora pelo Partido Verde (PV) esteve na redação do Ação Popular e falou de sua forma de pensar política e sobre a sua campanha eleitoral.

Sobre sua adesão ao PV e desfiliação do PT, se disse decepcionada com o partido dos trabalhadores e próxima às propostas políticas do partido verde. “Pedi desfiliação porque o PT não é mais o partido que acreditei, do qual fui uma das fundadoras em Juazeiro. Hoje, é um partido desmazelado, vejo e nem acredito. Sendo assim, escolhi o PV pra iniciar minha vida política como candidata a vereadora em Juazeiro nessa eleição, que acredito será um divisor de águas para a cidade”, disse Sibelle.

A respeito da política local que ela conhece bem, Sibelle acredita que o juazeirense sofre de baixa auto-estima, devido aos problemas crônicos da cidade. “As pessoas não acreditam em Juazeiro, os comerciantes quando vão investir eles preferem Petrolina. Juazeiro está desacreditada e isso passa pela política praticada aqui ao longo dos anos. Pessoas que entravam e saiam do poder olhando para o próprio umbigo, beneficiando a amigos, um grupo bem restrito e não olharam pra cidade. Sempre as mesmas pessoas, quando não era o insano era o desonesto, e Juazeiro sempre no abandono, nessa visão muito pequena de cidade”.

Em relação ao governo Isaac Carvalho, a candidata disse que ele conseguiu fazer essa pequena contribuição à Juazeiro acabando com a polarização política, que era bem anterior a Joseph/Misael que faziam revezamento do poder. “A perspectiva de mudança veio com a eleição de Isaac. Mas, em relação ao trabalho realizado essa mudança não chegou e se chegou foi pra pior. Infelizmente, ele prometeu demais e não cumpriu. Se colocou como salvador da pátria, mas Juazeiro precisa é de pessoas que vendam verdade, ele vendeu sonhos, engodos, milagres não acontecem. Precisamos de empenho, de quem acredite na cidade. É hora de parar e questionar o que a gente quer pra Juazeiro”, criticou.

Durante os sete anos em que esteve fora, trabalhando em Sergipe, voltava sempre à Juazeiro para visitar família e amigos. “Foi um tempo valioso como profissional e como pessoa. Pude estudar, fiz pós-graduação, comecei curso de direito, trabalhei com assessoria de comunicação e política. Retornei há um ano e lancei o programa ‘Palavra de mulher’, percebi na rádio o descontentamento das pessoas, foi daí a minha decisão de ser vereadora”, revela. O amor à cidade natal fica evidente quando declara: “Meu maior título é minha certidão de nascimento, onde sou declarada juazeirense”, fala orgulhosa.

Sibelle disse ser bem recebida pelas pessoas, que faz uma campanha limpa, sem compra de voto ou assistencialismo, o que não é fácil. “Faço a diferença a partir da campanha. Entro na casa das pessoas pedindo licença, não temos carro de som alto, incomodando as pessoas. Nossa campanha passa longe de qualquer prática clientelista. Os maus políticos viciaram os eleitores e os eleitores viciaram os políticos, é meio parasita isso. A corrupção ela começa já na campanha. Pedem de tudo, saco de cimento, remédios, documentos e até tratamento estético. Uma pessoa me pediu pra comprar um protetor de 120 reais, eu uso um que custa 40. Mas, a gente vai conversando, conscientizando as pessoas, muitas coisas que pedem são direitos delas, mas elas deve reivindicar isso e não pedir a candidato, isso é crime”, relatou a candidata.

“Espero que a sociedade entenda que a política é um instrumento muito forte para promover a cidadania, o desenvolvimento da cidade e das pessoas. É através do voto que podemos transformar Juazeiro, sentimos essa necessidade de renovação e coloco meu nome a disposição, sabendo que posso contribuir muito para isso. Quero qualificar o debate no legislativo. Na verdade sempre exerci o papel de vereadora no sentido de fiscalizar e estar atenta aos problemas da comunidade, isso já faço a 21 anos em meu trabalho na imprensa”, disse.

Quando questionada sobre suas propostas, se eleita vereadora, disse não trazer propostas prontas porque elas surgem com a demanda. “Não serei vereadora de gabinete, de cafezinho, de esperar hora da sessão. Farei um mapa, uma agenda de visitas a distritos, povoados e bairros. Penso em cuidar das pessoas, ter um olhar atento para elas, proporcionar qualidade de vida, ter saúde de qualidade, educação, respeito às diferenças, olhar o meio ambiente, olhar a cidade. A proposta é estar atenta ao cuidado das pessoas em especial para a mulher. A atual legislatura não faz isso, não me sinto representado por eles, salvo rara exceção ”.

Sibelle lembra que as pessoas ficam obcecadas pela eleição pra prefeito e esquecem que é o legislativo que faz a cidade. “Seguramente é mais importante que o executivo, porque é o legislativo que guia o gestor. A gente cobra muito o gestor e esquece o vereador. Se o prefeito desviou verba onde estava o vereador que não viu?”, indagou.

“É a primeira vez que me candidato. Sei que existe uma expectativa em cima disso. Não tenho mácula, tenho ficha limpíssima. Sou conhecida pelo meu trabalho de jornalista combativa, sempre enfrentei os problemas de Juazeiro. Enfrentei pessoas poderosas, já fui processada por uma pessoa do poder, perseguida por pessoa da justiça, mas nunca calei. Minha marca é a coragem e o destemor, é isso que vou levar para o legislativo”, finalizou a candidata Sibelle Fonseca.

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