Indústria vai demitir em caso de aumento de contribuição ao INSS
Medidas do ajuste fiscal vai provocar demissões em 54% das indústrias, e 40% aumentarão seus preços para compensar custos
A adoção de alíquotas mais altas de contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento, proposta pelo governo dentro do pacote de medidas do ajuste fiscal, vai provocar demissões em 54% das indústrias, e 40% delas aumentarão seus preços, para compensar a elevação dos custos.
Os dados são de pesquisa divulgada, ontem, pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Decomtec-Fiesp). O levantamento mostra que 52% das pequenas empresas, 57% das médias e 54% das grandes terão que demitir em caso de perdas na desoneração.
E a maioria das empresas que já analisaram as novas regras deve mudar a forma de calcular e recolher a contribuição previdenciária, passando a usar como base a folha de pagamentos (20% dos salários), em vez da receita bruta (2,5% do faturamento). O diretor do Decomtec, José Roriz Coelho, afirmou que o fim da desoneração vai deteriorar ainda mais a competitividade e a economia brasileira.
“A indústria não vai aceitar mudanças na lei de desoneração. Já estamos pagando um preço muito alto. Qualquer mudança significa perda de empregos e isso só agravará o quadro de crise pelo qual estamos passando”. Segundo a pesquisa, 37% das empresas vão reduzir suas margens de lucro, em vez de aumentar preços. As duas opções terão efeitos negativos, como a redução das vendas (apontada por 30% das empresas), a redução dos investimentos (29% das empresas), a perda de participação no mercado doméstico (18%) e a redução das exportações (5% das empresas).