Cooperação internacional alta: Lava-Jato em 55 países

 

A cada três dias, um pedido de informações é feito entre nações e territórios, de Andorra a Gibraltar   

Juliana Castro – O Globo

A Operação Lava-Jato levou o país a aumentar, em nível nunca antes visto, o número de pedidos de cooperação internacional. Já foram 570 desde março de 2014, quando a primeira ação foi às ruas: uma solicitação a cada três dias. A estatística deve subir ainda mais com a última operação no Rio, a Câmbio, Desligo, contra uma rede formada por doleiros. Eles movimentaram US$ 1,6 bilhão por meio de 3 mil empresas offshores sediadas em 53 países.

Os 570 pedidos feitos até o momento englobam 55 países e territórios autônomos, ou seja, um quarto do mundo foi, de alguma forma, atingido pela investigação do maior escândalo brasileiro. O número engloba tanto demandas feitas pelo Brasil a outras nações quanto a via contrária. Mesmo com quatro anos de operação, o número de pedidos aumenta a cada ano.

que faz parte do Ministério da Justiça. Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal remetem suas demandas ao órgão, que, por sua vez, as encaminha aos países. As solicitações envolvem, por exemplo, quebras de sigilo bancário, buscas, apreensões, depoimentos de testemunhas, bloqueios de bens e repatriação de ativos localizados no exterior.

— De início, havia muito mais pedidos do Brasil para os outros países. Nos últimos anos, as solicitações das outras nações crescem mais que as nossas — diz Isalino Giacomet Júnior, coordenador-Geral de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal do DRCI.

Ao todo, 60% das demandas são feitas pelo Brasil a outros países, e 40% vêm de fora — percentual incrementado por investigações sobre a Odebrecht no exterior.

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