Circularam versões nesta sexta-feira (27), especialmente no Congresso Nacional, de que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) estaria admitindo fazer “delação premiada” sobre o escândalo da Petrobras para “dar o troco” ao ex-presidente Lula, que o teria chamado de “idiota” e imbecil” por ter-se deixado gravar por um filho do ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró.
Lula teria feito este comentário durante almoço na última quinta-feira (26), em São Paulo, com dirigentes da CUT, na sede da própria entidade. O Instituto Lula divulgou nota negando a versão, que teria sido confirmada por três participantes do almoço.
Segundo o ex-presidente, Delcídio é um político experiente e jamais poderia ter caído naquela armadilha: deixar-se gravar por Bernardo Cerveró, filho de Nestor, quando discutia com ele e mais duas pessoas um plano de fuga para a Europa do ex-diretor da Petrobras. “Isso é coisa de imbecil”, teria dito.
A fita foi entregue por Bernardo ao Ministério Público Federal, que pediu a prisão de Delcídio ao STF e o ministro Teori Zavaski autorizou.
Na véspera, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, declarou em nota que o partido não estava obrigado a prestar solidariedade a Delcídio Amaral.
Delcídio continua preso na superintendência da PF, em Brasília, e como as provas contra ele são contundentes, o futuro lhe reserva este “presente”: cassação do mandato por quebra do decoro parlamentar, banimento da vida pública e talvez alguns anos de cadeira, que poderão ser reduzidos se ele fizer a relação.
Delcídio foi diretor de Petróleo e Gás da estatal na gestão do ex-presidente FHC.