Eis o saldo político da greve dos caminhoneiros

É melhor os militares nas ruas fazendo alguma coisa do que nos quartéis sem fazerem nada

Uma semana após o início da greve dos caminhoneiros, já se pode avaliar o saldo político dessa paralisação, que pegou o presidente da República e os 27 governadores de surpresa. Saldo um: pela primeira vez nos últimos 20 anos, os responsáveis pelo transporte rodoviário no Brasil fizeram valer a sua força. Paralisaram um país com 210 milhões de habitantes para protestar contra a política de preços da Petrobrás. Saldo dois: o presidente Temer pode até não querer demitir o presidente da empresa, Pedro Parente, mas dificilmente ele ficará no cargo.

Saldo três: Temer assinou decreto determinando às Forças Armadas a desobstrução das rodovias federais e isto não deve ser interpretado como “protagonismo” dos militares, e sim como uma tarefa como outra qualquer. Afinal, é melhor os militares nas ruas fazendo alguma coisa do que nos quarteis sem fazerem nada. Saldo quatro: está definitivamente comprovado que não é a CUT, nem a Força Sindical e nem UGT que tem cacife para paralisar o Brasil, e sim os caminhoneiros. Saldo cinco: embora não estivesse na pauta deles, o ICMS tributado sobre os combustíveis surpreendeu o povo brasileiro. Em Pernambuco, por exemplo, por cada litro de gasolina que sai da bomba para o tanque do veículo, o consumidor paga 29% de imposto. É um percentual escandalosamente alto, sendo que no Rio de Janeiro é ainda maior: 32%.

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