Ex-sindicalista pelego e atual governador desmoralizado por sindicalista

Representante dos funcionários da empresa questionou a afirmação de Rui ao dizer que a empresa traz prejuízos

(Foto: Mateus Pereira/GOVBA)

Redação VN
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Após o governador Rui Costa (PT) ter criticado a decisão da Justiça que ordenou a recontratação de 1,7 mil funcionários demitidos da Cesta do Povo, o diretor sindical, Cláudio Freitas, que trabalha na rede há 18 anos, pediu direito de resposta contra o comentário do petista e se posicionou contra a alegação. Para ele, que além de representar a categoria, também representa outro diretor sindical, Evangivaldo da Gloria, há 26 anos no quadro de funcionários, o governador desvalorizou os trabalhadores com o comentário.

“No momento que ele diz que com esse dinheiro [R$ 60 milhões por ano] ele poderia construir calçadas, ele está desvalorizando os trabalhadores. Muitos ali deram 35 anos das suas vidas por esta empresa. Ele tem que olhar lá atrás e ver para que foi criada esta empresa. Ela também serviu ao governo do Estado, seja ele qual for. Tínhamos e temos muitos funcionários do governo dentro da empresa”, afirma em entrevista ao Varela Notícias.

Cláudio ainda questionou a afirmação de Rui ao dizer que a empresa traz prejuízos ao governo e criticou o fato do governador alegar que “se preocupa com o povo pobre”. “Temos a consciência que somos funcionários públicos, ou seja, prestadores de serviços ao estado. Aí ele simplesmente diz que não quer mais a empresa, porque a empresa traz prejuízo. Ela dá prejuízo porque talvez ela esteja mal administrada, porque uma empresa que já vendeu R$ 600 milhões por ano, não é uma empresa que dá prejuízo”, diz.

“Ele diz que se preocupa com o povo pobre, mas os trabalhadores da Ebal, sob o comando do governo do estado, estão há dois anos sem reajuste no salário e recebendo o salário mínimo, porque essa é a nossa base. Quem recebe altos salários é quem está em cargo comissionado”, finaliza.

Entenda

O governador Rui Costa (PT) comentou, no último dia 8, a decisão da Justiça que determinou que 1,7 mil funcionários da Cesta do Povo fossem recontratados. Segundo o petista, a rede de supermercados traz prejuízo ao Estado.

“Não sou eu que vou pagar, não é com o meu salário. Quando vejo uma decisão dessas, só me lembro das baixadas, encostas de Salvador, do povo pobre, que está precisando de saneamento, calçada nova, e o juiz me dá essa decisão. Como se ainda hoje o Estado tivesse que ter um supermercado que dá 60 milhões de reais de prejuízo por ano”, diz.

No início deste mês, a Justiça determinou que a Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) readmitisse 1,7 mil funcionários da rede de supermercados Cesta do Povo. A ação civil foi apresentada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) que já havia conseguido uma liminar com o mesmo pedido, em dezembro do ano passado.

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