FMI reduz a projeção de crescimento do Brasil

O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a projeção de crescimento do Brasil em 2013, mas reduziu a de 2014. Os economistas do Fundo seguem apostando que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 2,5% este ano, de acordo com o relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado nesta terça-feira (8) pelo Fundo no início de sua reunião anual. A estimativa é a mesma que havia sido divulgada em julho. Mas, para o ano que vem, a projeção anterior de alta de 3,2% do PIB foi reduzida para 2,5%.
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Foi a primeira vez em mais de um ano que o FMI manteve a projeção de crescimento brasileiro para 2013, já que o número vinha sendo reduzido a cada novo relatório com estimativas econômicas do Fundo desde meados do ano passado. Para 2014, a redução de 0,7 ponto porcentual na projeção do PIB brasileiro foi a maior entre os principais países com números divulgados hoje pelo FMI.

No relatório, o FMI destaca que a recuperação da economia brasileira deve continuar em ritmo moderado, ajudada pela alta do dólar e pelo consumo, além das políticas de estímulo do governo para incentivar o investimento. Mas o documento chama atenção para o fato de que a inflação alta pode pesar no desempenho do varejo ao reduzir o poder de compra da população. Incerteza política e problemas pelo lado da oferta também podem continuar a prejudicar a atividade econômica.

Em meio à inflação ainda alta, o FMI diz que o Brasil pode precisar elevar novamente os juros. “Em um grupo de países, incluindo Brasil, Índia e Indonésia, um maior aperto (na política monetária) pode ser necessário para fazer face à continua pressão inflacionária vinda da limitação da capacidade produtiva e que deve ainda ser reforçada pela recente depreciação da moeda”, afirma o documento, que reserva boa parte de sua análise para descrever a desaceleração econômica dos mercados emergentes – movimento que acabou acontecendo em intensidade maior do que se esperava.

O FMI estima que o índice de preços ao consumidor vá subir 6,3% este ano no Brasil e 5,8% no próximo. O déficit da conta corrente deve ficar em 3,4% e 3,2%, respectivamente neste ano e no próximo. Já para a taxa de desemprego a previsão é de 5,8% e 6%. Ainda sobre o Brasil, o FMI alerta que a política fiscal do País precisa ser reforçada com urgência, dado o alto nível de endividamento.

Emergentes

Os países emergentes, ressalta o FMI, estão registrando crescimento menor e devem contribuir menos com o avanço do PIB mundial este ano e nos próximos. As taxas de expansão destes mercados estão em torno de três pontos porcentuais abaixo do que eram em 2010, com Brasil, Índia e China respondendo por dois terços do declínio. No caso do Brasil e Índia, o relatório destaca que parte da desaceleração deve-se a uma infraestrutura insuficiente, que limita uma maior expansão da atividade, além de questões regulatórias.

A América Latina deve crescer 2,7% este ano e 3,1% no próximo, nos dois casos uma redução de 0,3 ponto porcentual ante a estimativa divulgada em julho. O México deve se expandir apenas 1,2% este ano. O país teve o maior corte na estimativa do PIB em 2013 no relatório de hoje, com redução de 1,7 ponto.

As projeções para o PIB da China também foram cortadas e o documento diz que o país asiático terá nos próximos anos um ritmo menos intenso de crescimento do que vinha registrando. Em 2013, a previsão de crescimento da economia baixou de 7,8% para 7,6%. No ano que vem, foi reduzida de 7,7% para 7,3%.

Fonte: Estado de S. Paulo

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