Haddad diz que mentiras de Bolsonaro e fala sobre ‘cristofobia’ na ONU afrontam a essência do cristianismo

Fernando Haddad e Jair Bolsonaro
Fernando Haddad e Jair Bolsonaro (Foto: Abr)

“A relação da igreja com o poder secular sempre foi controversa, desde a origem do cristianismo”, escreve Fernando Haddad.

[…] “No mesmo discurso em que citou a cristofobia, Bolsonaro acusou os indígenas e caboclos pelas queimadas florestais na Amazônia e no Pantanal. O que a dupla mentira revela? Sabemos que a intolerância religiosa no Brasil tem como alvo as religiões de matriz africana, majoritariamente. A Polícia Federal, da sua parte, já reuniu provas que considera suficientes para indiciar os fazendeiros responsáveis pelos incêndios”.

“O elemento subjacente às duas inverdades é justamente aquilo que afronta de maneira decisiva a essência do cristianismo, qual seja, o racialismo ou a negação da igualdade entre as pessoas. No primeiro caso, por deslocar a atenção dos verdadeiros alvos da intolerância religiosa; no segundo, por apontar o dedo para as vítimas do crime ambiental”.

“O que muitas vezes se deixa escapar é que o recorte racial das afirmações de Bolsonaro tem uma contrapartida no plano externo. Da mesma maneira que seu discurso nega a igualdade entre as pessoas, o nacionalismo de Bolsonaro é compatível com uma visão internacional naturalmente hierárquica. Ele busca ocupar, na sua relação com Trump, a mesma posição que, na sua opinião, o caboclo deveria almejar em relação ao fazendeiro”.

Leia a íntegra na Folha de S.Paulo

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