Idosa tinha obra de R$ 100 milhões na cozinha de casa e não sabia

Obra leiloada por R$ 100 milhões | Domínio Público/Wikimedia Commons

Já imaginou em ter um tesouro dentro de casa e nem desconfiar? Um painel de apenas 25 centímetros foi encontrado na casa de uma idosa francesa e foi leiloado por mais de R$ 100 milhões (cerca de 24 milhões de euros). Por não saber que se tratava de uma obra de arte, a senhora de 90 anos quase jogou o quadro no lixo.

O painel foi feito por um importante pintor e um dos percursores da pintura renascentista italiana: Cenni di Pepo, conhecido como Cimabue. Nascido por volta de 1240 em Florença, o artista foi o primeiro a usar, entre 1272 e 1302, características revolucionárias que seriam aproveitadas no futuro. A idosa não tinha ideia de nada disso.

A descoberta

A obra de arte estava pendurada em uma parede entre a cozinha e a sala da casa em Compiègne, a 80 quilômetros de Paris. A pessoa responsável pela descoberta foi Philomène Wolf, da casa de leilões Actéon. Ela precisou agir contra o tempo. “Eu precisei abrir uma janela na minha agenda. Se não tivesse feito isso, tudo teria sido mandado para o lixo”, lembra.

O especialista parisiense em história da arte Eric Turquin diz que, apesar de conhecer o valor histórico do painel,  não esperava que o valor final do leilão fosse tão alto e estava esperando que rendesse em torno de 4 a 6 milhões de euros.

O historiador disse ao New York Times ter ficado “tremendamente feliz” quando os lances chegaram a 15 milhões. “O preço foi maior do que eu poderia ter sonhado, e havia uma galeria de arte contemporânea participando do leilão, o que foi algo novo para nós”, afirma Turquin. O vencedor foi Fabrizio Moretti.

A obra

O quadro de Cimabue foi batizado de “A Zombaria com Jesus”, e faz parte do mesmo díptico (duas tábuas de madeira emendadas por dobradiças) com outros dois fragmentos da mesma obra: “A Flagelação de Cristo”, que está em Nova York, e “A Virgem e a Criança com Dois Anjos”, em Londres.

A relação entre as obras foi descoberta por especialistas a partir de pedaços da moldura, do estilo e da técnica e também pequenos túneis em comuns feitos por vermes.

Ninguém imaginava que havia uma fortuna ‘pendurada’ na parede parede da casa. E nem a senhora nem a família sabe como o tesouro foi parar, há gerações, nas mãos deles. Existe a suspeita que existam outras partes do mesmo díptico perdidos.

*Com informações da Super Interessante

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