Imagens do EI aparentemente mostram ruínas de Palmira sem danos

Em fotos e vídeos divulgados em fóruns jihadistas, os restos arqueológicos aparecem preservados. Ativistas com contatos entre os jihadistas afirmam que imagens são reais

Imagens divulgadas pelos Estado Islâmico mostram ruínas de Palmira aparentemente intactas
Imagens divulgadas pelos Estado Islâmico mostram ruínas de Palmira aparentemente intactas(Reprodução/VEJA)

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) publicou nesta quinta-feira vídeos [confira abaixo] e fotografias on-line da cidade síria de Palmira que aparentemente mostram as antigas ruínas sem danos desde que o grupo tomou a região das forças do governo. A agência Reuters e a rede BBC não puderam confirmar a autenticidade das fotografias postadas em fóruns jihadistas pelo braço de mídia do EI. No entanto, ativistas em contato com pessoas dentro do grupo também disseram que não houve danos ao local, que é Patrimônio da Humanidade na Unesco desde 1980.

Os jihadistas consideram manifestações de culturas pré-islâmicas como uma blasfêmia e eles já destruíram antiguidades no Iraque, incluindo a cidade histórica de Nimrod. A cidade de Palmira foi um importante centro comercial da antiguidade e possui um anfiteatro e diversas construções dos séculos I e II, de quando era dominada pelo Império Romano.

 

Nesta quarta-feira, o grupo jihadista matou a tiros cerca de vinte homens no anfiteatro, acusando-os de apoiarem o governo sírio, de acordo com o grupo de monitoramento Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH). Estima-se que o grupo matou pelo menos 200 pessoas e fez 600 prisioneiros dentro e nos arredores da cidade.

Mortes – O EI executou pelo menos 464 pessoas nos últimos 30 dias na Síria, o que eleva para 2.618 o número de assassinatos de indivíduos capturados desde a proclamação do califado em junho de 2014. Os números foram revelados pelo OSDH nesta quinta, comunicando que a apuração recente abrange o período entre 28 de abril e 28 de maio, confirmado eu mais da metade das vítimas morreu em Palmira.

Entre os mortos há 149 civis, dos quais catorze são menores de idade e treze são mulheres, segundo o OSDH. A maior parte dos executados extrajudicialmente é composta de efetivos do Exército sírio e de milícias aliadas. Os motivos alegados pelos jihadistas para assassinar essas pessoas são variados: apostasia (traição da fé islâmica), luta contra o EI, espionagem e cooperação com o regime sírio, blasfêmia, tráfico de drogas e traição aos muçulmanos, entre outros.

O EI proclamou no final de junho de 2014 um califado nos territórios da Síria e do Iraque que controla e, apesar dos bombardeios da coalizão internacional, iniciados no dia 23 de setembro, vem conseguindo se expandir. Há uma semana, o OSDH apontou que o EI já controlava mais de 50% do território sírio, o que equivale a uma área do tamanho do Estado de Santa Catarina.

Vídeo: Filme do EI mostra as ruínas históricas da cidade de Palmira

Fonte: EFE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *