Livro contra cotas não era ‘conveniente’, e acabou censurado
Subjugado ao “pensamento único”, próprio de regimes autoritários, o Senado censurou um livro que questiona a política de cotas, demolindo suas justificativas. A censura ocorreu após a Secretaria de Editoração pedir “às instâncias de direção” avaliação de “conteúdo e conveniência” do livro Escravidão e Leis no Brasil. Era dezembro de 2016 e Renan Calheiros presidia o Senado. A censura chegou por escrito ao autor, Ibsen Noronha, admirado jurista brasileiro e professor em Coimbra.O coordenador de edições técnicas do Senado justificou a censura em carta: o “entendimento político” foi de que o livro não é “conveniente”.
O “elevado grau de conhecimento do autor”, o “apuro” e a “clareza da exposição didática” foram destacados na carta de censura do Senado.
Após a censura, também justificada pela “elevadíssima radicalização ideológica” no País, a editora Petrus publicou o livro de Ibsen Noronha.