Novo laudo dá negativo para febre amarela em macacos encontrados no Rio

O novo exame foi feito a pedido do governo após a análise realizada pelo  Instituto Evandro Chagas, no Pará, dar positivo

POR VERA ARAÚJO

Febre amarela: macacos são observados com cautela – Divulgação

RIO – A secretaria estadual de Saúde divulgou nesta segunda-feira o laudo com a causa da morte de cinco macacos achados mortos no Rio, em outubro de 2016. De acordo com o documento, eles não estava infectados com o vírus da febre amarela, como a análise realizada pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, apontou na última semana. O novo exame foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a pedido do governo estadual.

Com o resultado da análise da contraprova da Fiocruz dando negativo, põe-se em xeque a confiabilidade dos exames para confirmar o diagnóstivo da febre amarela. Duas instituições de renome internacional como a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Evandro Chagas não conseguem chegar a mesma conclusão na realização do mesmo tipo de exame.

Os animais – quatro micos e um macaco-prego – foram encontrados na Zona Sul (Jardim Botânico, Gávea e Copacabana) e Norte (Manguinhos e Engenheiro Leal). Os macacos não transmitem a febre amarela silvestre. O transmissor e principal reservatório são os mosquitos dos gêneros Haemagogo e Sabethes, ambos silvestres.

A instituição realizou testes de imunohistoquímica (que busca a presença de antígenos na amostra), uma das técnicas utilizadas para diagnóstico da doença tanto em humanos quanto em animais. Portanto, de acordo com a secretaria, cabe acrescentar que não há qualquer evidência da circulação do vírus da febre amarela no município, onde não há casos de febre amarela confirmados – seja em macacos ou em humanos.

A informação divulgada pelo Instituto Evandro Chagas criou um mal-estar entre o secretário de Saúde do Estado do Rio e a direção do órgão. Na quinta-feira, o secretário Luiz Antônio Teixeira Jr. disse que os animais foram encaminhados pela Fiocruz para o instituto de pesquisa, em outubro do ano passado, e que as análises demoraram a ficar prontas. Ele chegou a afirmar ter sido alertado por pessoas da comunidade científica sobre uma possível troca de lâminas do Rio por amostras de Minas Gerais. Segundo ele, os exames do instituto não deram positivo: foram inconclusivos. O secretário afirmou que a contraprova cabe à Fiocruz.

Já o diretor do Evandro Chagas, o virologista Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, garantiu que não há dúvida sobre a contaminação dos macacos, submetidos a exame de imunohistoquímica e examinados pela equipe de hematologia do instituto. Ele disse que o início da vacinação foi tardio.

Onde os macacos infectados com febre amarela foram encontrados no Rio

Fonte: O Globo

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