Em meio à investigação que apura se o presidente Michel Temer (MDB) foi beneficiado pela edição do Decreto dos Portos, a Polícia Federal identificou o que é considerado pelos investigadores como a primeira ligação entre o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer, e a Rodrimar, empresa alvo da principal do inquérito contra o presidente.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, uma empresa braço de uma offshore com sede no Uruguai, a Eliland, seria o elo entre o coronel, apontado como responsável por receber propinas em nome do presidente e que chegou a ser preso em março, e a Rodrimar.
A PF suspeita que foi utilizado um laranja como administrador da filial brasileira da empresa e este seria Almir Martins, contador das campanhas eleitorais de Temer de 1994, 1998, 2002 e 2006. Martins trabalha até hoje hoje em uma das empresas de Lima, a Argeplan.
Almir Martins prestou depoimento à PF e afirmou aos investigadores que foi colocado no posto de gerente para administrar o dinheiro de um único contrato, com a Rodrimar, mas não apontou quais serviços foram prestados pela Eliland, nem os valores envolvidos no contrato firmado entre as duas empresas. De acordo com ele, os pagamentos foram realizados até o ano de 2010. Segundo ele, as atividades foram encerradas, mas o CNPJ se mantém ativo.
O ex-contador de Temer disse que chegou ao cargo de gerente da empresa por intermédio do diretor da Argeplan, José Aparecido da Silva, no início dos anos 2000. Aparecido da Silva foi apontado como um possível laranja do coronel Lima no relatório produzido pela Operação Patmos, deflagrada a partir da delação da JBS em maio do ano passado.
Outro lado
A reportagem da Folha tentou contatar as defesas do presidente Michel Temer, do coronel Lima e da Rodrimar, mas não houve resposta.