PSB tenta reverter decisão da direção nacional para indicar vice de Denice em Salvador

Por Bruno Luiz
PSB tenta reverter decisão da direção nacional para indicar vice de Denice em Salvador

Lídice (foto) tenta achar brecha em proibição do PSB | Foto: Paulo Nadal/ BN

O PSB tenta vencer um obstáculo imposto pela direção nacional do partido para apoiar a candidatura de Major Denice (PT) em Salvador. Setores da sigla, encabeçada na Bahia pela deputada federal e também pré-candidata à prefeitura Lídice da Mata, defendem que o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, abra exceção na decisão de proibir o PSB de se aliar a candidatos a prefeito do PT nas capitais brasileiras. A direção estadual da legenda aproveita os últimos dias antes da convenção socialista, marcada para 13 de setembro, para convencer Siqueira a abrir a brecha.

Em condição de anonimato, duas fontes do partido que acompanham as negociações afirmam ao Bahia Notícias que Lídice não quer concorrer e tem se mantido na disputa apenas pela restrição a nível nacional. Elas ponderam que a parlamentar tem receio de ser uma candidata solitária, ou seja, sem aliança com outras siglas, com pouca estrutura e recursos e sem apoio direto do governador Rui Costa (PT). A avaliação é de que o PSB não deveria arriscar a aliança com o petista, considerada vitoriosa e benéfica à sigla, por causa de uma questão nacional, sob pena de prejudicar os planos socialistas para 2022 na Bahia.

Nas negociações com o PSB, Lídice deve contar com o reforço do senador Jaques Wagner (PT), incumbido por Rui de coordenar as articulações entre partidos da base na Bahia para as eleições municipais. A expectativa é de que o petista atue diretamente junto a Siqueira para obter permissão para aliança local. Um dos arranjos que Wagner pode oferecer para “amolecer o coração” do presidente nacional é se licenciar do mandato para se concentrar nas campanhas no estado. Com isso, assumiria o lugar dele o suplente Bebeto Galvão, do PSB. “Ter um senador seria interessante para o partido”, observa um socialista.

Secretário-geral da sigla, Rodrigo Hita diz que, por enquanto, nada foi oferecido. “Claro que temos interesse em Bebeto assumir, é óbvio, mas também por quatro meses não sei se é o melhor. O PT não fez proposta e temos um impedimento nacional. Caso o PT faça uma proposta que seja interessante para a direção nacional”, sinaliza. Hita também acena com uma articulação que possa levar o primeiro suplente da sigla, Angelo Almeida, a assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).

Sobre Bebeto, além do pouco tempo como senador, há outro entrave. O ex-deputado federal negocia a vice na chapa de Marão (PSD), que disputa reeleição para prefeitura de Ilhéus, no sul do estado. A acomodação não seria tão simples.

Caso o PSB consiga liberação da direção nacional, o objetivo da sigla é indicar a deputada estadual Fabíola Mansur para vice de Denice. Esta composição sempre foi o desejo do PT, que almeja herdar parte dos votos da militância socialista e dos eleitores de Lídice. Mas, diante da limitação imposta por Siqueira, os petistas passaram a oferecer a posição para o candidato do Podemos, deputado federal Bacelar. As negociações com ele estão avançadas, embora as portas para o PSB não estejam fechadas.

Os próximos dias são considerados capitais para o futuro do partido e da candidatura de Major Denice. Apesar de o jogo estar se aproximando dos minutos finais, surpresas são esperadas. “Essas negociações são como nuvem, podem mudar a qualquer momento”, lembra Hita. (BN)

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