Tem umas coincidências na vida né… Parece que o navio do #greenpixe estava justamente navegando em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano…
Salles insinua que Greenpeace é responsável por jogar óleo que atingiu Nordeste
Na tarde desta quinta-feira (24), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, postou em seu perfil no Twitter uma mensagem atacando o Greenpeace. No texto, ele dá a entender que a ONG é a responsável pelo vazamento de óleo que atingiu o litoral nordestino.
Por meio de nota à agência de notícias AFP, o Greenpeace respondeu à insinuação de Salles.
“Enquanto o óleo continua atingindo as praias do Nordeste, o ministro Ricardo Salles nos ataca insinuando que seríamos os responsáveis por tal desastre ecológico. Trata-se, mais uma vez, de uma mentira para criar uma cortina de fumaça na tentativa de esconder a incapacidade de Salles em lidar com a situação. É bom lembrar que isso vem de alguém conhecido por mentir que estudava em Yale e ser condenado na Justiça por fraude ambiental.
O nosso navio Esperanza faz parte de uma campanha internacional chamada “Proteja os Oceanos”, que saiu do Ártico e vai até a Antártida ao longo de um ano, denunciando as ameaças aos mares. Ele passou pela Guiana Francesa, entre agosto e setembro, onde realizou uma expedição de documentação e pesquisa do recife conhecido como Corais da Amazônia, com o propósito de lutar pela proteção dos oceanos e contra a exploração de petróleo em locais sensíveis para a biodiversidade marinha. No momento, o navio está atracado em Montevidéu, no Uruguai.”
Continuação de briga
Não é a primeira vez em que o ministro entra em rota de colisão com a ONG nesta semana. Na segunda (21), ele usou, em outra mensagem no Twitter, um trecho de um vídeo publicado pela organização onde um ativista afirma o motivo do grupo não estar ajudando na limpeza das praias.
O Greenpeace “explicou” porque não pode ajudar a limpar as praias do Nordeste…. ahh tá…
A ironia provocou reação dos usuários do Twitter, que responderam Salles cobrando a responsabilidade do governo federal no combate às manchas de óleo.
E é obrigação deles ou sua, Ministro????
MAS O TRABALHO É SEU, IMPRESTAVEL. Nao demonizam ongs? Quer que ela faça o seu trabalho? TE VIRA
Em resposta, na manhã da quarta-feira (23), ativistas do Greenpeace Brasil fizeram um protesto em frente ao Palácio do Planalto contra a “demora” do governo Jair Bolsonaro (PSL) em agir na crise ambiental provocada pelo vazamento de óleo no litoral do Nordeste. Os manifestantes usaram uma espécie de tinta preta para simbolizar o material que se alastra pelas praias da região. Os integrantes acabaram detidos pela Polícia Militar do Distrito Federal e levados à 5ª Delegacia de Polícia Civil em Brasília.
Greenpeace Brasil✔@GreenpeaceBR
Das queimadas ao óleo: protestamos contra a destruição ambiental do governo Bolsonaro https://www.greenpeace.org/brasil/blog/das-queimadas-ao-oleo-protestamos-contra-a-destruicao-ambiental-do-governo-bolsonaro/ … #InimigoDoMeioAmbiente
Das queimadas ao óleo: protestamos contra a destruição ambiental do governo Bolsonaro – Greenpeace…
Na capital federal, nossos ativistas denunciaram a política antiambiental que acaba com a floresta e os oceanos Na manhã desta terça-feira, realizamos um protesto pacífico em frente ao Palácio do…
greenpeace.org
A demora em combater e mitigar desastres ambientais mostra que o governo federal não está preparado para responder a eventos como esses, deixando nossos oceanos e florestas ainda mais vulneráveis. Participe do abaixo-assinado: https://act.gp/2PdZlMC #InimigoDoMeioAmbiente
O Blog de Jamildo entrou em contato com a delegacia e foi informado que a ação da polícia foi motivada pela “interdição da via com alguns materiais” utilizados na manifestação. O caso ainda está sendo analisado e não há informação se eles serão autuados. No Twitter, o Greenpeace repercutiu a interrupção do protesto.
Greenpeace Brasil✔@GreenpeaceBR
URGENTE: Nossos ativistas foram DETIDOS enquanto realizavam protesto pacífico em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, na manhã desta quarta-feira. https://www.facebook.com/GreenpeaceBrasil/videos/1306155699582090/ … #InimigoDoMeioAmbiente
É direito CONSTITUCIONAL de qualquer brasileiro se manifestar e é isso que faremos, independente de onde estivermos. #InimigoDoMeioAmbiente
O grupo ainda rebateu a acusação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de que os ativistas “depredam patrimônio público”, a quem os chamou de “ecoterroristas”. E ressaltou que o ministro não poderia ver a resposta por ter bloqueado a conta do Twitter do grupo.
Nao bastasse não ajudar na limpeza do petróleo venezuelano nas praias do Nordeste, os ecoterroristas ainda depredam patrimônio público.
“Como sociedade, é nosso dever constitucional defender o meio ambiente e é isso que estamos fazendo hoje”, rebateu o Greenpeace.
Greenpeace Brasil✔@GreenpeaceBR
Embora o ministro @rsallesmma não vá ver nossa resposta, vamos responder sua pergunta sobre depredação de patrimônio público: O óleo que estamos usando na atividade é feito de maisena, água, óleo de amêndoas e corante líquido preto (…)
(…) ao contrário do que está contaminando as praias do Nordeste, não é tóxico nem permanente e pode ser limpo com água e sabão. Nos comprometemos a limpar a frente do Palácio do Planalto se o governo apresentar ações efetivas e transparentes para remover as manchas de óleo.
OEA acionada
Na quarta (23), Ricardo Salles, fez um pronunciamento em rede nacional afirmando que o governo vem monitorando o litoral desde que as primeiras manchas de óleo surgiram da costa. De acordo com o ministro, o óleo coletado foi analisado e a conclusão é que não foi extraído do território nacional; a origem é venezuelana.
Com a informação, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) determinou que fosse encaminhada solicitação formal à Organização dos Estados Americanos (OEA) para que a Venezuela se manifeste sobre o material coletado.
“Esse processo investigativo tem como principal objetivo determinar as causas e origens desse óleo e, com isso, não apenas fazer cessar o seu aparecimento no litoral brasileiro, mas também obter informações que nos permitam responsabilizar aqueles que tenham contribuído para esse desastre ambiental”, disse o ministro no pronunciamento.
Ricardo Salles disse também que o Grupo de Acompanhamento e Avaliação — composto pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustívei (ANP) e Marinha — está promovendo ações para a retirada do óleo encontrado nas praias em 2 mil quilômetros de costa entre Maranhão e da Bahia.
Segundo o ministro, há salas de controle de comando e controle, nas cidades de Salvador e Recife, com a participação dos órgãos federais e de órgãos estaduais e municipais.