Sindicalista é acusada de usar entidade para fins políticos

Da Redação

Depois de retirado da pauta e da sessão interrompida por quase duas horas na Casa Plínio Amorim, o projeto de Lei nº 19/2012 que previa o aumento dos servidores foi aprovado pelos vereadores, com o protesto diante do reajuste não linear das categorias estatutárias. A Lei Eleitoral não permite concessão de aumento de salário após o dia 10 de abril. O prazo apertado também foi o que motivou a aprovação da proposta, mesmo com a discordância da maioria da casa e a manifestação dos filiados do Sindicato dos Servidores Municipais de Petrolina.

Segundo a presidente da Casa, Maria Elena (PSB), os vereadores fizeram a sua parte. “Mesmo que nós derrubássemos o veto ele não teria mais nenhuma validade para este período e só valeria para janeiro”.

A presidente do Sindsemp, Wildes Mariléia Araújo demonstrou-se insatisfeita. “Os servidores estão indignados. Hoje o que nós temos é um reajuste de 6,5% que está muito aquém das nossas necessidades”.

Por sua vez, o líder da situação Pérsio Antunes (PMDB), foi taxativo. “O município fez questão de dar um reajuste de forma não linear porque existem categorias que já tem valores diferenciados e não podem fazer um valor linear porque outros vão ficar mais altos. E isso tem gerado algumas insatisfações no sindicato, mas a verdade é que o reajuste está dentro do que o município pode dar. Eu lamento que o projeto tenha sido retirado de pauta, talvez ouvindo o sindicato que quer fazer mais política do que ação”.

Já a servidora Rose de Alencar demonstrou a sua indignação com o comportamento do sindicato. “Eles só lutam pelos professores, as outras categorias ficam alijadas do processo. Nós estamos ganhando o salário mínimo, trabalhamos bastante e o que se vê é um sindicato onde a própria diretoria não se entende, está dividida onde a presidente Mariléia não está nada bem com Augusto, Gilvan e outras pessoas, a prova é tanta que na próxima eleição serão duas chapas, caso tenha uma terceira vou voltar. Essa briga está prejudicando a todos nós”, desabafa.

Para a Servidora Marlinda da Silva Barbosa, a atitude da presidente do sindicato está sendo injusta. “O professor não precisa de manipulador para isso, quando Mariléia fala sobre a luta dela, nós sabemos que a luta não é somente dela e sim de todos, alguns servidores foram para a câmara desavisados, o próprio sindicato usou de ma fé com algumas pessoas. Nunca existiu um prefeito que estivesse ajudado tanto como o atual”, bradou.

Por outro lado, a Secretária de Educação Célia Regina afirmou que a administração cumpriu o seu papel. “A Prefeitura fez o que foi possível, quero lembrar para Mariléia que o servidor é ouvido através do sindicato e foram várias conversas sobre este assunto. É preciso entender e ter responsabilidade pública que agente não pode dar o que não tem. Foi dado um acréscimo de 14% e o município não poderia dar um acréscimo como queria os servidores”.

Na oportunidade, o Prefeito Julio Lóssio (PMDB) falou que a presidente do sindicato vem politizando as reivindicações. “Nós estamos sempre buscando a afirmação dos programas e projetos desenvolvidos no município, numa grande parceria com o servidor público municipal e dentro disso tem sempre o processo de negociação com o servidor. Quando a presidente do sindicato diz que o servidor municipal não foi ouvido, mente”.

Lossio acrescentou ainda que em várias oportunidades o projeto foi discutido com o sindicato, e ainda questionou o papel exercido pela entidade. “O sindicato deveria ser o legítimo representante do servidor, contudo, a gente observa uma politização das questões o que tem feito o próprio sindicato perder força perante os servidores, visto que muitas classes de servidores hoje discutem diretamente com o executivo municipal, isso se deve também porque o sindicato esqueceu algumas classes, como por exemplo, os engenheiros do município, os procuradores, os funcionários da EPTTC, os guardas municipais, e muitas outras classes que ficavam à margem. A presidente do sindicato tem politizado à questão, levando muito mais para o lado partidário do que para a defesa do servidor”, frisa.

Ele acusa ainda o sindicato de omissão na busca de remover os professores que estão cedidos para outros órgãos para a sala de aula. “Nós poderíamos pagar um salário de R$ 3 mil para os professores, mas o problema é que têm muitos professores fora de sala de aula, servindo outros órgãos da federação, forçando o poder público a pagar outros professores e o sindicato nunca quis resolver este problema. Nós precisamos emanar os servidores do município e o sindicato nunca fez nenhum movimento contra esta aberração”, critica.

Para ratificar sua opinião de que há um comportamento partidário da presidência do sindicato, o chefe do executivo apontou que no site institucional do sindsemp tem imagens e gravações de líderes de partidos, a exemplo do presidente do diretório municipal do PCdoB, Robério Granja. “Foi veiculado na inauguração da sede o depoimento de Granja – que não faz parte do quadro de funcionários do município –, mas é o presidente do partido o qual Wildes Mariléia faz parte, entre outros depoimentos, inclusive de um atual pré-candidato a prefeito. No entanto, isso é uma afronta ao servidor público”, conclui.

Informações Neya Gonçalves/Nossa Voz/Grande Rio FM.

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