Clima de guerra: Uma nova tragédia pode acontecer no Salitre envolvendo agricultores devido a briga por água

Da Redação

A Associação de Águas do Projeto Salitrinho, zona rural de Juazeiro, realizou recentemente reunião com os agricultores para tratar do abuso praticado por parte de alguns proprietários de terras que estão extrapolando o limite de consumo de água para irrigar suas propriedades. O encontro foi realizado na fazenda Alfavaca.

Algumas pessoas já andam fazendo ameaças

De acordo o Estatuto da Associação, o que ficou acordado com os agricultores foi a liberação da vazão em 900 litros por segundo para irrigar uma área de no máximo 12 hectares, sendo que algumas pessoas passaram a abusar das limitações irrigando de 35 a 40 hectares, provocando assim, a falta de água e prejuízos em outras áreas.

Para tentar resolver o impasse, foi sugerido na reunião mudança no estatuto da entidade, e que fosse cobrado o valor da progressividade sendo colocado hidrômetros para controle. Segundo o membro da Associação, o advogado Clóvis Reis, “existe uma concessão da Codevasf em fornecer 900 litros por segundo para irrigar até 12 hectares por propriedade, sendo que muitos desses associados estão desrespeitando a outorga dada pela associação, e estão ultrapassando esse limite, já existe casos de pessoas com 35 a 40 hectares plantados. Enquanto isso, outros associados estão se queixando com a falta de água no sistema fazendo ameaças”. Ele afirmou ainda que para contornar a situação será “necessário encontrar meio legais. A obrigação da Codevasf deveria ser a de resolver o problema, mas está jogando toda a responsabilidade para a nossa associação”.

O clima na reunião foi tenso

Clóvis fez uma alerta urgente para as autoridades, inclusive Ministério Público, Justiça e Codevasf. “No passado houve uma tragédia por falta de água quando duas pessoas foram mortas, e hoje estamos vendo a possibilidade de acontecer o mesmo, caso uma providência urgente não seja tomada. Tem que haver uma ação da justiça, inclusive da Polícia Federal. Já ouvi da boca de alguns produtores que haverá mortes”.

Ele ainda afirmou que não confia em novos investimentos através de emendas parlamentares quando seria necessário ser aplicado o montante de R$ 100 milhões. “Não acredito que isso venha a acontecer, porque seria necessário fazer um outro projeto, e para isso tem que ter tempo e o país passa por dificuldades”.

Por sua vez, o presidente da Associação, Roberval Amorim Silva se mostrou preocupado. “A situação é muito grave, presenciamos isso na reunião, onde agricultores não tem consciência de seguir o que determina o estatuto da associação, e isso já está prejudicando aqueles que cumprem com rigor, então isso está se configurando que vai haver um conflito grave, e não vai demorar. Na reunião deu pra vê como está o clima,” alertou.

O presidente da associação, Roberval chamou a atenção das autoridades sobre o barril de pólvora que está prestes a explodir

Roberval afirmou ainda que o problema já vem acontecendo desde o ano passado e que agora o clima é tenso com um barril de pólvora prestes a explodir. “Isso porque faltou água nas barragens 6 e 7 devido ao uso irregular nas localidade de Junco e Tapera”. Ele afirmou este conflito está tendo a conivência das autoridades. “Já avisamos sobre problema e eles não nos atenderam. Falamos sobre esta situação no seminário que foi realizado no dia 10 de maio com as presenças de todos quando se tratou deste assunto e até hoje não tomarem providências”, concluiu.

Com informações do repórter e comunicador Waltermário Pimentel/Rádio Cidade 

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