Governo admite fusão de secretarias para conter crise financeira
A crise financeira do Estado e as medidas de contenção de despesas, anunciadas pelo governador Jaques Wagner (PT), abre perspectivas de que outras mudanças possam estar a caminho na máquina pública estadual. O secretário estadual de Comunicação, Robinson Almeida, admitiu ontem que o governo pode fundir secretarias estaduais, como forma de ampliar a redução nos gastos de custeio.
Essa e outras iniciativas estão sendo examinadas pela equipe técnica da Secretaria de Administração (Saeb). O governador pode apresentar novas ações, como forma de trazer soluções para o cenário financeiro do Estado. Atualmente existem 31 secretarias e órgãos com status semelhantes na gestão estadual.
O assunto foi citado na última reunião entre o governador e bancada de deputados governistas para dialogar sobre o contingenciamento nas secretarias e os cortes em 20% na frota de veículos, 50% nas autorizações de viagens e 10% nas demissões de cargos comissionados. “Essa possibilidade não está decidida, nem descartada. Ele (o governador) está recebendo estudos complementares sobre as medidas e informações que têm chegado e esse item está sendo considerado. Estamos vendo se essa medida representa uma economia efetiva”, afirmou o secretário. Não foi descrito quais pastas podem ser fundidas.
Segundo Robinson, foram sugeridas também reorganizações em alguns órgãos, a exemplo das Diretorias Regionais de Saúde (Dires) e Diretorias Regionais de Educação (Direc). Mas essas propostas de enxugamento ainda serão avaliadas. “São sugestões que fazem parte do estudo da Saeb, que é a área mais adequada. Mas não existe nada decidido, apenas há o conceito”, disse.
A fusão, conforme a Tribuna antecipou, seria uma opção, principalmente para as áreas administrativa e financeira depois que o Tesouro Nacional cancelou o aval para um empréstimo de US$ 2,1 bilhões que seria contraído junto ao Bank of America. Nos bastidores, consta que essa possibilidade já teria sido dialogada com o novo secretário estadual da Fazenda, Manoel Vitório.
O novo titular saiu da pasta de Administração, sendo colocado na Fazenda para dar novo fôlego, principalmente à negociação com os fornecedores que estão com o pagamento em atraso. (Lílian Machado/Tribuna)