Simon lamenta que Congresso não investigue irregularidades na venda de estatais
Simon destacou que, desde a criação, em 1983, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar “possíveis e evidentes” desvios de conduta e de recursos no Programa Nacional de Desestatização, o Congresso já demonstrava uma evidente falta de interesse em investigar “possíveis falcatruas” na venda de estatais. Simon lembrou que até aquele momento haviam sido privatizados os setores de petroquímicos e de fertilizantes e as primeiras empresas do setor siderúrgico.
Simon recordou privatizações que tiveram seus bastidores marcados por irregularidades e manipulações, entre elas, o da Companhia Siderúrgica Nacional, o da Companhia Vale do Rio Doce e as do sistema elétrico e de telecomunicações.
“A privatização da Companhia Siderúrgica Nacional foi um verdadeiro teatro do absurdo: pressões psicológicas das mais contundentes sobre os funcionários; ameaças indiretas de demissões; atores nomeados diretores das empresas privadas logo depois do leilão. E o negócio assim andou”, criticou.
O senador afirmou que, enquanto o volume de recursos envolvido no programa de privatizações vem crescendo, desde o governo Collor, as barreiras são cada vez maiores para que nada seja investigado pelo Congresso Nacional.
“Daí a minha tese: a de que poderemos chegar à trágica conclusão de que a corrupção legalizada é maior que aquela tramada ao arrepio da lei. Daí, nessa história a ser contada, o Congresso Nacional poderá merecer também um capítulo especial”, lamentou.
Pedro Simon também criticou a privatização “pelas bordas” da Petrobrás pelo governo petista, já que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff foram eleitos sob promessa da paralisação do processo de privatizações. O senador ainda lamentou o fato de que aqueles que lutam pela soberania nacional sejam considerados ultrapassados.
“Ultrapassados e folclorizados são todos aqueles que se preocupam com o patrimônio público; que defendem o coletivo; que advogam que as nossas riquezas são coletivas e não de grupos de interesses; que são adeptos de uma política que não vai de encontro aos verdadeiros interesses da nação”, disse.