Aproximação “mais firme” do PSDB ao governo irá passar por diálogo com PT sobre prefeituras
Por Mauricio Leiro
A adesão “de fato” do PSDB baiano ao governo Jerônimo Rodrigues (PT) terá mais componentes além do apoio na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e a cessão de cargos na gestão. A eleição de 2024 terá peso na definição do partido em apresentar “moedas de troca” para a gestão estadual.
De acordo com interlocutores da cúpula tucana no estado, a avaliação interna passa, além da possibilidade da cessão de cargos na gestão, na composição entre candidaturas em algumas cidades da Bahia. O foco segue sendo Feira de Santana e Juazeiro, cidades onde o PSDB possui aspirações.
O cenário em Juazeiro pode trazer o primeiro aceno do PSDB a Jerônimo. A prefeita de Juazeiro, Suzana Ramos (PSDB), afirmou que vai seguir a orientação do diretório do seu partido quanto à adesão ao grupo de Jerônimo Rodrigues (PT) e que, caso se concretize, a população da sua cidade ganharia como apoio do governador do Estado.
Com o filho na AL-BA, o deputado estadual Jordávio Ramos, o campo oposição à gestão na cidade segue “engarrafado”. O PSDB pode surgir como o “ponto de interseção” para apaziguar o grupo. O ajuste no apoio pode angariar uma maior “disposição” dos tucanos na AL-BA em apoiar pautas governistas.
Outro entrave que pode ser ajustado é Feira de Santana. O deputado estadual Pablo Roberto, nome que se coloca como postulante na disputa pela prefeitura da cidade, pode disputar as eleições, justamente, contra um dos principais nomes do grupo petista: o deputado federal Zé Neto. Com bom trânsito entre os dois grupos, o do PT e o de Zé Ronaldo (União), Pablo pode pender a balança para qualquer lado.
Interlocutores do PSDB na cidade apontaram ao BN que Pablo pode “desfalcar em votos” os dois lados da disputa. O “endosso” petista à sua candidatura poderia pavimentar a candidatura de Zé Neto e aprofundar o diálogo entre os tucanos e os petistas na Bahia. (BN)