Na mira da CPMI dos Atos Golpistas, Anderson Torres diz ter sido “abandonado” por Bolsonaro
Insatisfação do ex-ministro levanta novamente a possibilidade de uma delação contra Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (PL) tem recebido de diversos intermediários a informação de que o ex-ministro Anderson Torres tem se sentido “abandonado” por ele. Segundo a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, a principal razão da insatisfação de Torres está ligada ao fato de Bolsonaro não ter feito qualquer manifestação em sua defesa desde que foi preso pela Polícia Federal, em janeiro, pela suspeita de omissão nos atos terroristas do dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Na ocasião, ele era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
O ex-ministro foi colocado em liberdade em maio por uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes mediante a adoção de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. Torres é um dos principais alvos de requerimentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do dia 8 de janeiro. O temor de Bolsonaro e seus aliados é que o seu depoimento perante ao colegiado acabe por implicar o ex-mandatário na intentona golpista.
Ainda de acordo com a reportagem, os pedidos de requerimento visando a oitiva do ex-ministro devem ser analisados pelos membros da CPMI na sessão da quarta-feira (12).