Enfermeiros e técnicos de Pernambuco relatam falta de salários e bagunça generalizada em hospitais do Estado

Por Larissa Rodrigues

Enquanto a governadora Raquel Lyra (PSDB) distribui cargos comissionados para ex-prefeitos e ex-vereadores aliados, chegam a este blog denúncias de completa bagunça em grandes hospitais de Pernambuco. Nem mesmo o básico, que é o salário em dia, alguns profissionais conseguem ter.

Enfermeiros e técnicos procuraram a nossa reportagem e relataram a existência de assédio moral no Hospital da Restauração, além de péssimas condições de trabalho no que diz respeito à estrutura física e à organização da unidade.

Já sobre o Hospital da Polícia Militar, chegaram informações de que quase 500 funcionários (entre técnicos e enfermeiros) estão sem receber salário desde novembro do ano passado. Ontem (29), foram informados de que o salário de janeiro deste ano só será pago em março. Já há rumores de paralisação das atividades circulando entre os profissionais.

Internações suspensas no Hospital da PM

Ainda sobre o Hospital da Polícia, os internamentos foram suspensos desde ontem, ficando o local apenas com o atendimento de urgência, por falta de equipe. “Tem profissional que não está mais indo trabalhar porque não tem o dinheiro da passagem. Colocaram os estagiários para substituir, mas houve erros na aplicação de medicamentos em pacientes, semana passada, e foi um caos”, comentou uma fonte do blog.

Sobrecarga de trabalho no Hospital da Restauração

As denúncias que recebemos sobre o Hospital da Restauração (HR) dão conta de uma grave situação que expõe tanto pacientes quanto trabalhadores. Segundo o relato dos enfermeiros, a escala de funcionários do HR foi reduzida na gestão Raquel Lyra. O problema maior é na chamada “sala vermelha” da unidade, ala da emergência onde ficam os pacientes com maior risco de morte.

“Com a redução da escala de funcionários, um técnico de enfermagem atende de sete a oito pacientes por plantão, podendo chegar a nove. Mas deveria ficar com, no máximo, dois, porque são pessoas em situação grave, entubadas, e qualquer erro pode ser fatal. Além disso, não tem respirador suficiente, bomba de infusão, entre outros equipamentos. A gente sobrevive ao plantão na gambiarra”, desabafou um enfermeiro.

O profissional também relatou os remanejamentos no meio do expediente, um problema de gestão da unidade. “O profissional passa metade do expediente em uma ala e acaba sendo remanejado para outra ala faltando três ou quatro horas para encerrar o turno, ou seja, não termina o atendimento em nenhuma das alas”, explicou.

Ainda de acordo com o mesmo enfermeiro, as equipes enfrentam situações de assédio moral, perseguição e local insalubre para repouso. “Camas quebradas, ar-condicionado quebrado, mofo nas paredes, falta de ventilação, sem contar que quem é funcionário extra está com quatro meses de salário atrasado”, enfatizou.

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