DVD lembra 25 anos sem Raul Seixas

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A Som Livre manda às lojas o DVD Baú do Raul – 25 sem anos sem Raul Seixas, com o registro do show em que artistas de várias gerações e diversos matizes lembraram o aniversário de 25 anos da morte do Maluco Beleza (falecido em 21 de agosto de 1989), no ano passado, na Fundição Progresso, no Rio.

Tocaram Raul, da sua antiga banda baiana, Os Panteras, ao companheiro de ultimas viagens, Marcelo Nova. Passando pela turma que veio depois dele, Marcelo Jeneci, Nação Zumbi, Forfun, BNegão, até músicos que o conheceram bem Nasi e Edgard Scandurra, Luis Sérgio Carlini e Rick Ferreira. O resultado não é muito diferente da maioria dos projetos do gênero, há altos e baixos, felizmente predominam os altos.

A filha caçula do cantor, Vivi Seixas, na abertura, libera o público para evocar o famoso “Toca Raul!”. Mas o show é iniciado com Você ainda pode sonhar (do único LP dele com Os Panteras, em 1967) a versão de Raul Seixas, para Lucy in the sky with the diamonds, dos Beatles, . Quem canta é Jerry Adriani, que abriu a porta da CBS para o desconhecido Raulzito, há quase 50 anos.

Sessão das 10 é interpretada pelo hoje pouco lembrado Edy Star, que navegou com Raul Seixas, Miriam Batucada e Sérgio Sampaio no tresloucado LP Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta sessão das 10 (1972), e o guitarrista Luis Carlini (Tutti Frutti, Camisa de Vênus), vai da hoje politicamente incorreta Rock das aranhas. A música de Raul seja contestatória, anárquica, ou mística, geralmente é pra cima, pra animar a festa.

Aluga-se, com Digão, é quase uma marcha carnavalesca, que emenda com Abre-te sésamo, com Clemente e Philippe Seabra (Plebe Rude). A festa continua com Tico Santa Cruz (envolto numa capa da Sociedade Alternativa) em Sapato 56. e continua com Nasi e Edgard Scandurra, que vão de Pai nosso da terra, gravada pelo Ira! e lançada no álbum Música calma para pessoas nervosas (parceria de Raul com Scandurra e Gaspa). Beto Bruno e Marcelo Gross (da Cachorro Grande), em  Se o rádio não toca, e  Gabriel Moura, em Eu nasci há dez mil anos atrás, não tem o mesmo pique da dupla do Ira! Moura faz a mais burocratica interpretação do disco.

Formado com louvor, na turma da Jovem Guarda, Raul Seixas não tem arrodeios, em melodias ou letras, vai ao ponto. Não há como não gostar de sua música, isto independente de idade ou classe social. Rick Ferreira e Cláudio Roberto mostram como como se toca Raul (os dois foram da banda do cantor). Enquanto Zeca Baleiro poderia ser menos contido na sua interpretação de Aos trancos e barrancos, um dos raros sambas de Raul Seixas (do Sociedade da Gran-Orden Kavernista).

Ana Cañas (Medo da chuva e Metamorfose ambulante) canta num tom muito alto, dá umas derrapadas no início, enquanto as guitarras barulhentas abafam sua voz, e apruma-se na segunda canção. Baia vai muito na cola de Raul, mas se tire por menos, porque ele é assumidamente discípulo do conterrâneo (canta Loteria da Babilônia) A Forfun, em D.D.I (discagem direta interplanetária) é outra interpretação fraca, mais de guitarras do que de voz.

O Nação Zumbi, fecha o show, e é um dos poucos a dar uma interpretação pessoal, trazer Raul para o som da banda (toca Conserve seu medo). Nos extras, O Nação toca sua própria Manguetown, com Bnegão. São seis músicas nos extras, com Tico Santa Cruz, Forfun, Nasi e Edgard Scandurra, Marcelo Nova. Ainda de bônus, o making of da homenagem.

Confiram Ana Cañas no show 25 anos sem Raul Seixas:

Fonte: JC

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