ABI condena chacina na Vila Cruzeiro e cobra investigações isentas

Associação Brasileira de Imprensa defende que os responsáveis pelas execuções sejam punidos

www.brasil247.com - Moradores aguardam por informações sobre parentes no Hospital Getúlio Vargas, no Rio, após operação policial na Vila Cruzeiro
Moradores aguardam por informações sobre parentes no Hospital Getúlio Vargas, no Rio, após operação policial na Vila Cruzeiro (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)

A Associação Brasileira de Imprensa divulgou nota, na noite de ontem, em que condena a chacina ocorrida na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, que já deixou 22 mortos. A nota também cobra a investigação e a punição dos responsáveis. “Diante desta nova matança, uma repetição do que ocorreu em maio de 2021 na comunidade do Jacarezinho, também na Zona Norte do Rio, torna-se fundamental que órgãos de controle e a própria sociedade procurem descobrir como as chacinas se repetem sem que haja qualquer responsabilização penal de seus autores”, aponta o texto. Confira a íntegra:

Basta de bestialidade!!!!

A Associação Brasileira de Imprensa, por meio de sua Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos, vem manifestar seu protesto diante da forma como as forças de segurança, notadamente a Polícia Militar do Estado e, estranhamente, a Polícia Rodoviária Federal, agiram nesta terça-feira (24/05) em nova operação em favelas, desta vez na Vila Cruzeiro, na Penha. Um confronto que resultou em 22 mortes de civis e diversos feridos, saldo registrado até o momento em que esta nota era redigida.

As forças policiais, não satisfeitas em descumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu as operações em favelas durante a pandemia, se valeram de um eufemismo infeliz ao classificar o que ocorreu hoje como uma operação de inteligência. Não bastasse, responsabilizaram a decisão do próprio Supremo Tribunal Federal como causadora de tamanha violência.

A ABI, instituição centenária que se pauta por valores democráticos, não compactua com mais uma barbárie perpetrada por aqueles que, como responsáveis pela garantia da segurança pública, deveriam defender a população e, não, exterminá-la.

Diante desta nova matança, uma repetição do que ocorreu em maio de 2021 na comunidade do Jacarezinho, também na Zona Norte do Rio, torna-se fundamental que órgãos de controle e a própria sociedade procurem descobrir como as chacinas se repetem sem que haja qualquer responsabilização penal de seus autores.

O Rio de Janeiro não pode continuar convivendo com uma política de segurança que, a pretexto de combater a criminalidade, resulte sempre em chacinas e mortandades, quase sempre atingindo a população mais pobre e sofrida, notadamente inocentes. É preciso dar um basta nesta bestialidade!

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