Após vitória de Marília, Humberto diz que tendência é de manter aliança com PSB

Foto: Leo Motta/JC Imagem
Foto: Leo Motta/JC Imagem

A reunião do diretório nacional do PT, em São Paulo, nesta sexta-feira (3), é a esperança dos aliados da vereadora do Recife Marília Arraes para tentar reverter a decisão tomada pela executiva nacional na quarta (1º), pelo apoio à reeleição de Paulo Câmara (PSB) e a retirada da candidatura dela em Pernambuco. No caminho contrário está o senador Humberto Costa, que teve a disputa à reeleição aprovada pelo partido em Pernambuco nesta quinta (2), seja com ela ou na chapa socialista – posição defendida pelo parlamentar.

“Amanhã é uma decisão do partido da instância que está responsável por tomar sua posição. Amanhã é que nós vamos saber, mas sabemos que a tendência é que mantenha a decisão”, afirmou Humberto Costa.

Apesar do acordo fechado nacionalmente e da decisão tomada pela executiva em Brasília, a opção pela candidatura própria – de Marília Arraes – foi aprovada com ampla maioria pelos delegados do PT de Pernambuco esta noite. Dos 251 delegados presentes na plenária, 230 votaram pela candidatura de Marília, 20 votaram pela aliança com o PSB e houve uma abstenção.

Após a vitória, a vereadora chamou Humberto Costa ao palco, que subiu visivelmente desconfortável, segurou a mão dela e deu um beijo na cabeça da parlamentar. No início do evento, ele havia sido vaiado por apoiadores dela e chamado de “golpista”. “Se amanhã a decisão da executiva mudar, eu serei candidato ao senado do mesmo jeito”, afirmou. Apesar disso, confirmou: “Defendi a aliança com o PSB e amanhã vou defender de novo”.

O diretório nacional analisa nesta sexta-feira (3) o recurso apresentado por um grupo de dez petistas, incluindo o pernambucano Múcio Magalhães, que integra a executiva. No texto do recurso, os petistas afirmam que “o resultado concreto das negociações com o PSB resultaram no ‘não apoio’ formal e nacional, e portanto não está dentro do que pode ser considerado dentro dos interesses partidários para vencer as eleições 2018”.

Para o presidente estadual do PT, a mudança de opinião na direção nacional não é provável, mas possível. “Vamos ver como o diretório nacional recepciona o recurso com essa decisão amplamente majoritária da militância de Pernambuco a favor da candidatura própria e de Marília como nome”, afirmou.

Pernambuco tem três representantes no diretório. São elas: a secretária de Comunicação do partido, Sheila Oliveira; a deputada estadual Teresa Leitão; e a dirigente partidária Vivian Farias. Além delas, Bruno Ribeiro viajou a São Paulo para acompanhar a reunião. Marília Arraes também vai, mas para tentar persuadir integrantes da direção a mudar a decisão tomada pela executiva.

No sábado (5), o PT tem outro encontro, última instância a que o grupo de Marília Arraes pode recorrer.

Para João da Costa, ex-prefeito do Recife e secretário geral do partido em Pernambuco, o resultado será submetido à estratégia nacional. “A direção nacional tem uma prioridade muito clara que é a eleição do presidente Lula. O resultado daqui é importante porque escuta a base do partido, escuta os seus militantes, mas essa decisão tem que se adequar a decisão final da estratégia para a gente eleger o presidente Lula. O encontro nacional no sábado vai avaliar essas posições e vai procurar articular com a decisão que o PT precisa ter pra eleger Lula”, disse.

Revés no PDT

A executiva nacional do PT decidiu, por 17 votos a oito, apoiar a reeleição do governador de Pernambuco Paulo Câmara, fechando aliança com o PSB. Apesar disso, os socialistas não integram oficialmente a chapa petista nacionalmente, condição que era colocada antes.

Com a proximidade das convenções e a possibilidade de o PSB marchar com Ciro Gomes, presidenciável do PDT, no entanto, o PT decidiu ceder. A expectativa é de que no próximo domingo (5), na convenção nacional do partido, seja decidido pela neutralidade dos socialistas, liberando os estados. O acordo entre PSB e PT provocou a saída do PDT da Frente Popular.

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