Armando Monteiro diz que recebeu financiamento de empresas em suas campanhas

Foto: Marcelo Camargo/ABr
Foto: Marcelo Camargo/ABr

No debate da Super Manhã da Rádio Jornal, nesta sexta-feira (14), o senador Armando Monteiro (PTB) falou sobre assuntos polêmicos como a lista divulgada na última quarta-feira (12) pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Edson Fachin, as possíveis parcerias para as eleições de 2018 e críticas à gestão do PSB no Estado.

Questionado se ficou surpreso por seu nome não aparecer na lista de Fachin, Armando afirmou que recebeu dinheiro para financiar sua campanha, mas foram doações legais. No entanto, ele disse que não se considera acima dos outros por não ter sido citado e que “não comemora a desgraça dos outros”. “Sempre tive uma aproximação na área empresarial, eu sempre recebi em todas as campanhas das empresas. Mas esse apoio sempre se traduziu em doações, contribuições oficiais”, falou.

Armando declarou que o sistema político está em “colapso” e dá sinais claro que se “esgotou”. “Lamento pelo sistema político brasileiro ter chegado nesse ponto. O sistema político colapsou. Ele atingiu todos os partidos, ex-presidentes, governadores, presidentes das duas Casas do Congresso Nacional. Algo tão devastador que significa que o sistema político está em cheque”, disse. O petebista também defendeu uma Constituinte, mas deixou claro que não mais para este ano de 2017 e afirmou que o País fará “remendos precários” até 2018.

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Sobre o plano nacional para 2018, o petebista afirmou que o quadro não é “nítido” porque todas as principais lideranças estão envolvidas no processo da Lava Jato. Armando também criticou a cúpula do PSB por encontrar nomes de políticos socialistas nas delações dos ex-executivos da Odebrecht.

“O que se verifica do PSB, trazendo as denúncias pro plano local, é impressionante o que ela traz em relação ao quadro de Pernambuco. Se verifica, lamentavelmente, que havia um quadro institualizado pelas denúncias de corrupção em Pernambuco. Veja que todas as obras que foram geridas de forma direta pelo governo do Estado ou obras federais que havia interferência do governo do Estado, há denúncia em todas as obras”, criticou.

Parcerias em 2018

Armando Monteiro falou de suas possíveis parcerias para uma candidatura ao Governo do Estado em 2018. Durante o debate, além de elogiar os ministros pernambucanos Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB), o petebista também não descartou uma possível aliança com os ministros de Michel Temer (PMDB). “Ministro Bruno e ministro Mendonça tem se saindo bem”, disse.

Ainda sobre alianças, Armando disse que também tem conversado com  o ex-governador João Lyra; com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB) e com o ex-governador Joaquim Francisco. E disparou: “vou continuar a conversar. Eu não aceito patrulhamento, não estou pedindo licença a ninguém  para conversar. E quando a gente tiver clareza em função do quadro nacional, do seu reflexo no plano estadual, das alianças que vão ser definidas, ai poderemos cogitar ou não de fazer alianças claramente, do ponto de vista da composição do estado. Enquanto isso a gente só conversa”, completou.

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Na última pesquisa realizada pelo Instituto Uninassau, o senador Armando Monteiro apareceu liderando com 13% de intenções de voto para o Governo de Pernambuco em 2018. Ele saiu na frente do ministro Mendonça Filho – DEM (4%), Jarbas Vasconcelos – PMDB (3,4%), Paulo Câmara – PSB (3,3%) e do ministro Bruno Araújo – PSDB (1,1%). Armando foi derrotado em 2014 pelo atual governador, Paulo Câmara, a quem faz constantes críticas.

Pacto pela Vida

Armando Monteiro fez crítica a administração do Pacto pela Vida e afirmou que Pernambuco vive um retrocesso por “absoluta incapacidade de redefinir a governança do programa”. “O que se verifica algumas conquistas é que nós perdemos o que se construiu no Pacto pela Vida duramente em 2007. Nós perdemos por absoluta incapacidade de redefinir a governança do Pacto. E ai assistimos em Pernambuco um processo terrível em que você, em pouco tempo, volta a situação que experimentava em 2007, um retrocesso que se deu rapidamente”, afirmou.

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O parlamentar finalizou criticando as obras paradas no Estado, que em meio a crise o “governo não deixou claro o que iria priorizar” e que Pernambuco tinha “perdido a voz no plano Nacional”. Questionado sobre a reforma da Previdência, ele disse que é importante um ajuste, mas que não pode fazer de tal modo que aumente a desigualdade que a própria previdência já expressa.

“É melhor reformar do que você, de repente, ficar numa situação de solvência, não podendo pagar os compromissos previdenciais”, concluiu

Fonte: JC
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