Desânimo de Bolsonaro após perder eleições de 2022 foi porque ele não conseguiu aplicar golpe de Estado

Após o levantamento de sigilo dos depoimentos de militares e civis ouvidos no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado arquitetada durante o governo Jair Bolsonaro (PL), fontes que colaboram com as investigações avaliam que o ex-presidente estava mais inconformado com a falha na tentativa de se manter no poder do que irritado com a derrota para Lula (PT) nas eleições de 2022.

“Ele não ficou triste porque perdeu as eleições, mas porque não conseguiu da o Golpe como queria”, segundo a fonte que colabora com as investigações disse ao blog da Andréia Sadi. Investigação da Polícia Federal junto com os depoimentos de investigados colocam Bolsonaro no centro da trama golpista, apontando que o ex-presidente não só sabia das minutas para impedir a posse de Lula como as discutiu com os chefes das Forças Armadas.

O Supremo Tribunal Federal (STF) retirou, hoje, o sigilo dos depoimentos de militares e políticos à Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe de Estado. A investigação, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, ouviu, por exemplo, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros de seu governo e ex-comandantes militares.

Após a derrota para Lula nas eleições de 2022, a investigação da PF afirma que Bolsonaro ficou recluso no Palácio do Alvorada, sem reação para adotar qualquer medida para tentar reverter o resultado das eleições. No entanto, esse cenário foi se alterando a medida que o então presidente foi recebendo pressões e instigado por políticos, amigos e militares da ativa e da reserva a adotar uma conduta para reverter o cenário posto, fato que culminou com a tentativa de Golpe de Estado.

Ele faz a primeira aparição a apoiadores na frente do Palácio do Alvorada em 9 de dezembro de 2022, quando fez discurso para manter a esperança dos apoiadores. Naquele momento, muitos estavam acampados em frente aos quarteis.

Bolsonaro queria desabafar e chamou o general Estevam Theophilo para “conversar”, segundo a investigação. Neste mesmo dia 9 de dezembro de 2022, quando Bolsonaro fez ajustes para “enxugar” a minuta do golpe, mensagem enviada pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid ao ex-comandante do Exército Freire Gomes diz: “E o que ele comentou de falar com o general Theóphilo. Na verdade, ele quer conversar”. Em seu depoimento à PF, Theophilo alegou que neste encontro, Bolsonaro teria feito “lamentações” e que ele teria ficado apenas ouvindo.

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