‘Desconfiei dessa mulher desde o começo’, diz jovem que teve rosto cortado em ônibus sobre suspeita

Vítima relata reação da mulher sentada atrás e encontrada com uma faca, junta peças sobre o ataque e pede resolução do caso

Isabelle Amaral* e Guilherme Padin, do R7

Estudante Stefani Firmo levou 18 pontos no rosto após o ataque

Estudante Stefani Firmo levou 18 pontos no rosto após o ataque

“Desconfiei dessa mulher desde o começo. Quando levanto e vou até minha amiga, ela olha pra mim. É a única pessoa acordada, as demais estão dormindo, e não esboça nenhuma reação.”

Em entrevista ao R7, Stefani Firmo, 23, cujo rosto foi cortado enquanto dormia em uma viagem de ônibus de Recife (PE) para Salvador (BA), junta as peças do ataque contra ela e acredita que a atual suspeita seja mesmo a responsável pelo crime.

A mulher de quem ela fala foi encontrada pela polícia com uma faca e viajou na poltrona atrás da vítima, mas acabou liberada por falta de evidências, na avaliação da investigação.

No entanto, a estudante de enfermagem considera haver elementos suficientes para a resolução do caso.

Stefani conta ao R7 que, antes de ser atacada, teve a sensação de que alguém mexeu em seu cabelo, e sentiu receio de que a mulher sentada atrás o cortasse. Em seguida, embora ressabiada, se cobriu com o edredom até o pescoço e adormeceu. Dormindo, recebeu o golpe no rosto.

“Esperava no mínimo uma surpresa, uma expressão de espanto, mas ela realmente age com frieza. Depois que vejo que foi um corte intencional e mesmo as evidências só afirmavam essa minha intuição. O comportamento dela após o ocorrido e os objetos encontrados com ela, para mim, estava claro que era culpada”, pondera a jovem.

Outro fato que chamou sua atenção foi a reação quase unânime dos passageiros de ajudá-la. A única exceção veio justamente da suspeita pelo crime, segundo a vítima:

“Então, [depois do ataque] teve essa mobilização dos passageiros, exceto dessa mulher. Se fazia de desentendida. Minha amiga foi até ela e perguntou se tinha visto alguma coisa, e a mulher disse que não sabia o que estava acontecendo e que estava falando com a filha.”

Com a repercussão do ataque e o vídeo do ataque divulgado, a estudante espera que as investigações avancem para confirmar quem de fato cometeu o crime. “Agora a justiça tem que ser feita”, afirma.

Relembre o caso

Após Stefani ser atingida por um golpe de faca enquanto dormia e receber os primeiros socorros, o motorista do ônibus levou todos para uma delegacia em Conde (BA). No local, os passageiros foram ouvidos e uma faca foi encontrada nos pertences da suspeita.

Apesar disso, os policiais afirmaram que não poderiam decretar prisão preventiva porque não havia provas suficientes. O objeto foi levado para a perícia e as imagens das câmeras de segurança do ônibus foram solicitadas à empresa.

Apenas na segunda-feira (5), a empresa responsável pelo coletivo encaminhou as imagens, que mostram o momento em que Stefani é atingida. O ataque ocorre rapidamente e, quando a estudante sente que está ferida, não consegue identificar como ocorreu nem quem a havia golpeado.

Na sequência, ela recorre a uma amiga, que faz os primeiros socorros ainda no local. Segundo a vítima, não houve nenhum tipo de desentendimento. “O ataque foi de graça.”

Agora, após ser atendida no hospital e levar 18 pontos no rosto, Stefani aguarda os resultados da perícia. “Não estamos seguros em lugar nenhum”, lamenta.

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