É difícil vingar acordão contra a Lava Jato

Delações da Odebrecht devem estimular novas colaborações bombásticas

Blog do Kennedy

Há mais conversas de bastidor entre emissários do que contatos diretos entre o presidente Michel Temer e os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso. Existe um desejo comum de chegar a um acordo sobre tópicos de uma reforma política. Por exemplo, uma regra para reduzir o número de partidos políticos, a chamada cláusula de barreira.

Mas um acordão do presidente com dois ex-presidentes da República para enfrentar a Lava Jato tem muita dificuldade de ser implementado diante da força das revelações que mostram uma corrupção sistêmica da política brasileira.

Portanto, é muito difícil assar uma pizza em relação à Lava Jato, até porque as colaborações da Odebrecht deverão estimular outras empresas e pessoas a fazer mais delações bombásticas.

O presidente Michel Temer havia orientado ministros a evitar dar repercussão à quebra do sigilo das delações da Odebrecht. Mas a divulgação de um vídeo com a informação de que o presidente teria participado de uma reunião em 2010 na qual se discutiu propina em contrato da Petrobras ganhou muita força nas redes sociais.

Temer avaliou que precisava reagir para proteger sua imagem e mostrar a deputados e senadores aliados que não ficará acuado. Ele vai se agarrar à agenda econômica para enfrentar a Lava Jato, tentando aprovar as reformas trabalhista e previdenciária rapidamente.

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