Fluminense encara Deportivo Cuenca mais ‘cascudo’: espaço dado a Xerém diminui em 2018

Ayrton Lucas (dir.) ao lado de Léo, Sornoza e Jadson: lateral e Digão são as únicas crias entre os titulares
Ayrton Lucas (dir.) ao lado de Léo, Sornoza e Jadson: lateral e Digão são as únicas crias entre os titulares Foto: Lucas Merçon/Fluminense
Rafael Oliveira

Menina dos olhos das últimas gestões, Xerém chegou a ser responsável por 60% do elenco do Fluminense em 2017. Um percentual que, se mostrava alto aproveitamento da base, também abria margem a questionamentos sobre a maturidade do grupo para encarar grandes pressões. Nesta quinta, às 19h30, em Quito, no Equador, o time inicia a disputa por uma vaga nas quartas da Sul-americana contra o Deportivo Cuenca. Experiência já não é o centro das discussões. Não que as crias do clube tenham driblado as desconfianças; pelo contrário, perderam espaço na equipe.

Ao longo das 15 partidas sob o comando de Marcelo Oliveira, a utilização dos jovens de Xerém diminuiu. Na estreia do técnico, contra o Vasco, em 19 de julho, as revelações do clube somaram, ao todo, 402 minutos em campo. Neste clássico, a equipe chegou a contar com seis crias em campo, sendo quatro desde o começo da partida.

O auge do aproveitamento de Xerém foi no duelo contra o Bahia, em 5 de agosto, quando os jovens somaram 458 minutos. De lá para cá, este número despencou. O duelo contra o Atlético-PR, no último domingo, marcou o auge negativo sob o comando de Marcelo Oliveira: 134 minutos.

A lesão de Pedro, titular absoluto antes de romper os ligamentos do joelho direito, colabora para esta queda. Mas não a explica por si só. Atletas como Marcos Júnior, Mateus Norton e Matheus Alessandro perderam espaço com o treinador.

O movimento registrado com Marcelo Oliveira repete o que já havia ocorrido sob a gestão de Abel Braga. Na estreia do Brasileiro, contra o Corinthians, as crias da base somaram 348 minutos em campo, mas diante do Paraná, oito rodadas depois, este número já era de apenas 57. Apesar de estar em queda livre, a média de aproveitamento de Xerém nos 15 jogos com o atual treinador (359,3 minutos por partida) é maior do que nos 15 compromissos anteriores, com o antecessor (271,5 por confronto).

A repetição do fenômeno mostra que a diminuição no aproveitamento de Xerém não se trata de uma iniciativa do treinador, mas da consequência de escolhas feitas pelo clube. Em 2017, a diretoria identificou na pouca experiência do elenco uma das causas para o desempenho do time na temporada, quando perdeu as duas partidas da decisão do Carioca para o Flamengo e passou boa parte do Brasileiro na luta contra o rebaixamento. Como resultado, o elenco de 2018 passou a contar com menos atletas da base. Hoje, eles são 12 dos 30 integrantes do plantel — 40%, contra os 60% de um ano atrás.

Apesar disso, a base ainda ostenta números que mostram sua importância para o time. Dos 62 gols marcados em 2018, 39 vieram das pratas da casa. Corresponde a 62,9% do poder de fogo da equipe na temporada.

Contra o Deportivo Cuenca, apenas duas revelações têm presença garantida entre os titulares: o zagueiro Digão e o lateral-esquerdo Ayrton Lucas, que retorna ao time após ser desfalque contra o Atlético-PR por suspensão.

Kayke, fora da lista de inscritos na Sul-americana por já ter disputado a edição deste ano pelo Bahia, não joga. Luciano, que vinha atuando improvisado como meia, deve assumir o posto de centroavante da equipe, função com a qual já está acostumado.

Sornoza volta a ser titular. A principal dúvida é sobre quem entrará no lugar do volante Dodi, lesionado. Marcelo Oliveira precisa escolher entre um atacante de velocidade e um homem de meio.

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