‘Funaro é agressivo’
No documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), em que pediu a prisão do lobista Lucio Bolonha Funaro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dedicou espaço para a ‘agressividade’ do suposto operador do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Lucio Funaro foi detido em São Paulo na sexta-feira, 1, na Operação Sépsis, desdobramento da Lava Jato.O operador de Eduardo Cunha na delação premiada do ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas Nelson Mello. O executivo afirmou aos procuradores que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar repasses a senadores do PMDB. Lúcio Bolonha Funaro e Milton Lyra seriam os responsáveis por distribuir o dinheiro para os senadores.
Nelson Mello afirmou que ‘Lúcio Funaro continuou a procurá-lo recentemente, mesmo após seu desligamento da empresa’.
“Não bastasse isso, procurou-o em sua casa e por meio de seu telefone residencial, apesar de o colaborador nunca ter fornecido tais dados. Também chama a atenção a agressividade de Funaro no trato com o colaborador, manifestada por termos como ‘você não sabe com quem está se metendo’ e ‘está querendo me foder?’”, anotou Janot no pedido de prisão do operador de Cunha.
“Posteriormente ao acordo, Nelson Mello peticionou ao Ministério Público informando ter sido procurado, no mês de março de 2016, por Funaro e por Eduardo Cunha. Tais fatos mostram o longo alcance, inclusive temporal, e a contemporaneidade dos esquemas de Funaro.”