Gadgets sexuais já permitem uma relação entre homem e máquina

  • Interação mostrada no filme ‘Her’ não está longe de virar realidade

Sexo interativo. Cena do documentário “Sex//Now” mostra mulher testando na rua o brinquedo sexual RealTouch Foto: CHRIS MOURKARBEL/NYT
Sexo interativo. Cena do documentário “Sex//Now” mostra mulher testando na rua o brinquedo sexual RealTouch CHRIS MOURKARBEL/NYT

A cena tem tudo para estar entre as sequências de sexo mais memoráveis da temporada. Em “Her”, filme dirigido por Spike Jonze que estreia no Brasil este mês, o protagonista Theodore (Joaquin Phoenix) tem um momento íntimo com Samantha (Scarlett Johansson) quando chega em casa bêbado após encontro às cegas que não deu certo. Em close-ups, a câmera mostra Theodore seduzindo a parceira ao sussurrar tudo o que deseja fazer com o corpo dela. Mas quando os dois atingem o clímax, a tela escurece, deixando os espectadores a sós com sua imaginação. É importante mencionar um detalhe, porém: Samantha não é uma mulher qualquer, de carne e osso, mas um sistema operacional de computador.

Embora o filme se passe no futuro, eletrônicos que proporcionam interações sexuais como essa, de caráter tecnológico, já são realidade no mercado. Um deles é o Limon, vibrador com design de limão tão elegante que poderia ser vendido na loja de presentes do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa). Lançado este mês pela Minna Life, de San Francisco, o aparelho é classificado como “vibrador para casais” e está aberto para personalização dos níveis de intensidade.

Outro é o Realtouch, brinquedo sexual ligado por USB que teria sido projetado por um ex-engenheiro da NASA. Sua proposta é permitir “sexo interativo” entre pessoas distantes, por meio da internet. O gadget vem em duas partes, uma modelada nas partes íntimas de uma mulher e a outra, nas de um homem. Concebidos para serem usados com câmera, um dispositivo captura sensações (com tecnologia semelhante ao touchscreen) e transmite digitalmente, como se os dois estivessem na mesma cama.

Dispositivo semelhante mas de espírito mais recíproco é o LovePalz, de uma empresa taiwanesa. Ao contrário do Realtouch, ele traz a óbvia vantagem de ser sem fio, além de usar tecnologia semelhante à de uma bomba de ar.

Grandes empresas também se juntaram à corrida do sexo tecnológico. A fabricante de preservativos Durex realiza experiências com um produto chamado Fundawear, par de roupas íntimas com capacidade de vibração que pode ser ativada por iPhone. Um vídeo no YouTube dramatiza a experiência proporcionada pelo produto, que se autointitula “o futuro das preliminares”. O vídeo já foi visto por mais de 6,7 milhões de internautas desde que foi publicado em abril.

Brinquedinhos sexuais como esses estão entre os temas de “Sex//Now”, releitura de série “Real Sex “, exibida nos EUA pela HBO na década de 1990.

— Estamos passando por revolução tecnológica sem precedentes, e estamos aprendendo que o desejo social alimenta a mudança tecnológica — conta o diretor do programa, Chris Moukarbel.

De fato, a conclusão de um relatório publicado pelo Museu do Sexo é que caminhamos para futuro semelhante ao retratado em “Her”, em que o parceiro sexual será cada vez mais parecido com a Siri do iPhone do que com humanos. Segundo a pesquisa, saltos na tecnologia de realidade aumentada e interatividade com vídeo games permitirão que as pessoas “desenvolvam relacionamentos reais com seus hardware e software”.

Entre as tendências destacadas no relatório estão as “preliminares à distância”, em que os parceiros não precisam estar próximos; sistemas de “relacionamento forense”, que se moldam ao histórico sexual do parceiro ; e a emergência da mineração de dados sexuais, que medem o desempenho na cama.

Fonte: O Globo

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