Geddel divide cela com nove presos, corta cabelo e tem banho frio

Geddel Vieira Lima (PMDB)

Geddel Vieira Lima (PMDB)Foto: Valter Campanato/Agencia Brasil

Recém-chegado ao presídio da Papuda, no Distrito Federal, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) divide cela com nove detentos. O peemedebista chegou à penitenciária nesta terça (4). Ele foi preso pela Polícia Federal na tarde de segunda (3) na Bahia e transferido na madrugada.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Distrito Federal disse à reportagem que a capacidade da cela é para 12 pessoas, com quatro treliches. Segundo a SSP, há apenas chuveiro frio no local e um espaço para necessidades fisiológicas. O ex-ministro teve o cabelo cortado assim que chegou à Papuda, mas não ficou careca.

Geddel está no mesmo presídio de Lucio Bolonha Funaro, pessoa que foi determinante para a decisão da Justiça de pedir a prisão do peemedebista. Preso desde julho do ano passado, Funaro é apontado pelas investigações como operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Funaro disse à PF que Geddel fez diversas ligações para sua mulher, Raquel, sondando seu ânimo em delatar. No entendimento de investigadores, o ex-ministro agiu para atrapalhar a apuração, elemento decisivo para o pedido de prisão.

De acordo com a SSP, eles estão em alas separadas na Papuda. Geddel está na ala A e Funaro na ala B, no bloco 5. Segundo a assessoria de imprensa da SSP, eles não têm permissão de se encontrarem. Os dois têm direito a duas horas por dia de banho de sol, mas em momentos diferentes. Todos os detentos da cela de Geddel têm ensino superior, segundo a SSP, que não soube informar quantas pessoas dividem a cela com Funaro.

Geddel deixou o governo Temer, de quem é amigo de longa data, sob acusação de pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero (Cultura) para viabilizar um empreendimento na Bahia. Os apartamentos no prédio pivô da queda do baiano são avaliados em R$ 2,6 milhões, com vista para a Baía de Todos-os-Santos, em Salvador.

A defesa do peemedebista chamou a prisão do cliente de “absolutamente desnecessária” e disse que o político “deposita sua integridade física nas mãos da autoridade policial”.

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