Governo Bolsonaro sabia de colapso na saúde em Manaus 10 dias antes de faltar oxigênio

Em ofício enviado ao STF, Advocacia-Geral da União (AGU) confirma que Ministério da Saúde teve conhecimento da gravidade da situação no Amazonas em reuniões com autoridades do estado nos dias 3 e 4 de janeiro. Dez dias depois, faltou oxigênio para tratamento de pacientes. Muitos morreram asfixiados

Por Redação
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Um ofício enviado pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF) confirma que o governo Jair Bolsonaro (Sem Partido) sabia do “iminente colapso do sistema de saúde” do Amazonas no dia 3 de janeiro, dez dias antes de faltar oxigênio nos hospitais e unidades de atendimento a pacientes de Covid-19, o que resultou em dezenas de mortos por asfixia. A informação é de Leandro Prazeres, no jornal O Globo desta segunda-feira (18).

“As reuniões foram realizadas entre 3 e 4 de janeiro de 2021, quando foram sumarizadas as seguintes conclusões: há possibilidade iminente de colapso do sistema de saúde, em 10 dias, devido à falta de recursos humanos para o funcionamento dos novos leitos”, diz o documento.

Segundo a reportagem, o documento diz que o Ministério da Saúde, comandado pelo general Eduardo Pazuello, fez reuniões nos dias 3 e 4 de janeiro com autoridades de Manaus, quando detectou que o sistema de saúde estava à beira do colapso. No dia 14 faltou oxigênio nas unidades de saúde.

O documento enviado ao STF é assinado pelo advogado-geral da União, José Levi Mello Junior, que substituiu o atual ministro da Justiça, André Mendonça, no cargo.

O ofício ainda diz que o governo já estimava o pico das internaççoes entre os dias 11 e 15 de janeiro “em função das festividades de Natal e réveillon”.

Mesmo assim, a AGU afirma que “o colapso do estoque de oxigênio hospitalar na cidade de Manaus foi informado de maneira tardia aos órgãos federais, que empregaram toda a diligência possível para contornar a situação, sobretudo mediante a mobilização da Força Nacional de Saúde do SUS”.

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