Moro era contra delação de Eduardo Cunha, dizem mensagens

Em 2017, Moro questionou o procurador Deltan Dallagnol sobre rumores de uma delação de Cunha

Redação
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Uma conversa de julho de 2017, divulgada pela revista Veja e pelo site The Intercept Brasil, mostra que o então juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro recomendou que o Ministério Público Federal não fechasse acordo de delação premiada com o ex-deputado federal Eduardo Cunha.

Segundo a Veja, Moro cometeu, sim, irregularidades. Fora dos autos (e dentro do Telegram), o atual ministro pediu à acusação que incluísse provas nos processos que chegariam depois às suas mãos, mandou acelerar ou retardar operações e fez pressão para que determinadas delações não andassem. Além disso, revelam os diálogos, comportou-se como chefe do Ministério Público Federal, posição incompatível com a neutralidade exigida de um magistrado. Na privacidade dos chats, Moro revisou peças dos procuradores e até dava broncas neles.

No dia 5 de julho de 2017, Moro questionou o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, sobre rumores de uma delação de Cunha. “Espero que não procedam”, disse. Depois, pediu para manter-se informado sobre o assunto.

À época do diálogo entre Deltan e Moro, um grupo no Telegram, formado por procuradores de Curitiba, Rio de Janeiro e Natal já tratava da potencial delação – que acabou não prosperando.

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