Morre em Paris o escultor Auguste Rodin

Em 17 de novembro de 1917, o célebre escultor francês Auguste Rodin morre em Paris, aos 77 anos de idade. Mais conhecido pelas esculturas, o artista começou a estudar na Petite École aos 14 anos e na escola de Antoine Barye, ganhando a vida trabalhando para um fabricante de ornamentos arquitetônicos. Em 1863 passou a trabalhar para o escultor arquiteto A. E. Carrier-Belleuse, que exerceu sobre ele uma influência determinante. De 1870 a 1875 viajou para Bruxelas onde continuou com o mesmo ramo de negócios, tendo nesta época visitado brevemente a Itália.

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Escultura “O Beijo”, executada em 1886 por Auguste Rodin

No Salão de Paris de 1877 exibiu a escultura de uma figura masculina nua, A Idade do Bronze (1876). A peça foi saudada e condenada de maneira extravagante pelos críticos e pelos visitantes. Os críticos o acusaram injustamente de ter feito um arremedo da vida. Apesar do furor desatado, Rodin ganhou um ativo apoio e patrocínio de Turquet, subsecretário de Belas Artes. As obras A Idade de Bronze e São João (1878) foram adquiridas para serem expostas nos Jardins de Luxemburgo em Paris.

O governo lhe forneceu um estúdio em Paris, onde trabalhou pelo restante da vida com prestígio e reconhecimento crescente. A partir de 1880, Rodin trabalhou intermitentemente para esculpir uma enorme porta de bronze para o Museu de Artes Decorativas, inspirada no Inferno de Dante, de Dante Alighieri, e denominada A Porta do Inferno. Nunca a concluiu, porém. Entre as 186 figuras que seriam acopladas à obra estavam Adão e Eva – hoje no Metropolitan de Nova York –, O Pensador e A Bela Fabricante de Elmos, ambas expostas em Paris. Estas, ao lado do grupo de figuras Os Burgueses de Calais, expostas em Calais, completada em 1894, esta entre as suas mais importantes criações.

Outras de suas obras ambiciosas são monumentos a Balzac (1897, Paris) e a Victor Hugo (1909, Paris). Rodin é também conhecido por seus desenhos, retratos e bustos e suas figureas individuais e em grupos em mármore, como Ugolino (1882), Danaïd (1885), O Beijo (1886) e A Mão de Deus expostas no Museu Rodin em Paris, e Pigmalião e Galateia e O Banhista exibidas no Metropolitan. O conjunto da obra está mais bem representada no Museu Rodin de Paris e no Museu Rodin de Filadélfia, contudo belos exemplos de seu trabalho criador estão incluídos em acervos públicos de diversos museus espalhados pelo mundo.

A obra de Rodin é considerada pela maioria dos críticos como a mais importante contribuição à escultura do século 19, embora algumas recentes opiniões críticas considerem seus trabalhos alegóricos sumamente pretensiosos. Realista em muitos aspectos, não obstante está imbuída de uma profunda poesia romântica. O gótico, a dança e os trabalhos de Dante, Baudelaire e Michelangelo foram suas maiores fontes de inspiração. Rodin considerava suas esculturas acabadas quando podiam expressar plenamente suas ideias e para tanto usava técnicas das mais diversificadas: algumas são polidas, outras são raiadas ou raspadas e algumas parecem simplesmente ter surgido da pedra bruta. Costumava trabalhar intensamente sobre as suas mais importantes obras acabadas, retornando a elas uma e outra vez porém sem jamais alterar sua vitalidade essencial.

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