MP aponta autor do tiro que matou homem em visita de Tarcísio a Paraisópolis

Montado numa moto, vítima levou um tiro de fuzil. Polícia diz que ele tinha coldre e carregador, mas que não havia arma, o que torna história cada vez mais sem sentido

Corpo de homem morto em Paraisópolis e Tarcísio de Freitas.Créditos: Redes sociais/Reprodução

O inquérito do Ministério Público de São Paulo que apura a morte de um homem à luz do dia, em plena comunidade de Paraisópolis, na capital paulistas, durante um ato de campanha do então candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), hoje governador, em outubro de 2022, concluiu que o tiro que tirou a vida de Felipe Silva de Lima partiu de um fuzil calibre 5.56, que estava nas mãos do Ronald Quintino Correia Camacho, tenente da Polícia Militar.

A informação é do site Metrópoles, que em reportagem informa também que o MP-SP pediu o arquivamento do caso, acatando a tese de legítima defesa do policial, ainda que tenha ficado claro nas investigações que a vítima estava desarmada, portanto apenas um coldre e um carregador de munições, que só teriam sido encontrados após o sujeito ser atingido e ficar caído no asfalto.

À época, nas redes, bolsonaristas ligaram o tiroteio a um eventual atentado contra o então candidato, reforçando ainda mais a retórica belicista e militarizadas desses grupos de extrema direita. A diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Elisabete Sato, declarou àquela altura que a polícia não considerava o caso “atentado” contra o candidato bolsonarista ao governo do estado, que participava de um ato político na comunidade, mas que estava muito longe do local dos tiros.

A versão oficial da Polícia Civil é de que dois homens em uma moto passaram filmando o local, inúmeras vezes. A atitude teria sido considerada suspeita pelos PMs que estavam no local, o que teria provocado uma abordagem e, com a “reação”, um dos agentes precisou atirar em Felipe. O problema é não foi encontrada qualquer arma no local dos fatos.

Ainda de acordo com a polícia, os tiros ocorreram na mesma rua do Polo Universitário, onde estava Tarcísio. Porém, bem distante da sede, o que “sepulta” de vez a “teoria da conspiração” de que seria um “atentado”, usada por bolsonaristas que tentavam colher dividendos eleitorais naquele momento de eleição.

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