PCdoB quer espaço na chapa que disputará sucessão na Bahia

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Num arco de alianças gigantesco e diversificado, é natural que cada partido lute por espaço no jogo político. Tanto que o desenho da sucessão do governador Jaques Wagner não para de acrescer novas siglas. nessa segunda-feira (2/9) foi a vez do PCdoB relembrar do histórico de parcerias com o PT para reivindicar um quinhão da chapa majoritária, sinalizando ainda que o não  alinhamento com os petistas seja natural. “O PCdoB está discutindo internamente, está debatendo internamente qual o espaço que o PCdoB reivindica, e reivindica espaço na chapa majoritária. Inclusive, a possibilidade de apresentar uma alternativa”, apontou o presidente estadual da legenda, Daniel Almeida, em entrevista a uma rádio local.

“Eu não acredito que vamos considerar o quadro definido. Alguns defendem que o PT tem a prioridade para indicação do nome. Acho que tem legitimidade, como qualquer outro partido, mas não podemos partir da premissa de que o partido que tem o governo tem a prioridade”, bradou Almeida. Na opinião dele, o cenário nacional pode influenciar na escolha de uma candidatura diferente da petista, numa avaliação casada com o cenário de indefinição no plano federal, em que o comunista aposta em quatro candidaturas concorrentes à reeleição de Dilma Rousseff (PT): Aécio Neves, pelo PSDB, Marina Silva, pelo Rede ou outra legenda, José Serra, pelo PPS, e Eduardo Campos, pelo PSB.

A luta por espaço, empreendida pelo comunista, refere-se a memórias das eleições recentes, quando o PCdoB abriu espaço para outras legendas nas chapas majoritárias, a exemplo de 2006, 2008 e 2010. “Em 2010, mais uma vez aceitamos dialogar a vinda de César Borges, aquele cenário de recomposição de forças a partir do rompimento do PMDB e resultou que o PT colocou dois nomes, Wagner e (Walter) Pinheiro”, reclamou Almeida, sem esquecer de 2012, quando o partido acabou desistindo da candidatura de Alice Portugal para apoiar Nelson Pelegrino. “Queremos participar da chapa majoritária em 2014. E achamos que temos legitimidade para pleitear isso, sempre buscando manter a frente. Eu acho que na política tem que ter reciprocidade. Está na hora do PCdoB, e nós queremos ter o mesmo respeito, a mesma consideração, sendo parceiro correto e fiel, leal desde o primeiro momento, das outras forças políticas. Está na hora do governo, do governador e do PT olhar para o PCdoB como parceiro e fazer crescermos juntos”, completou o dirigente estadual.

Aliança sem o PT é cogitada

Diante de um cenário que situa o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, como pré-candidato à Presidência da República, o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) não refuta a hipótese de uma eventual composição com a legenda, que deve montar um palanque para o presidenciável no Brasil. “Tanto o PSB quanto o PCdoB têm afirmado que desejam manter esse projeto da Bahia, desejam se colocar como opção para liderar esse bloco político que lidera a Bahia. Nós achamos que deve continuar, mas não achamos que a priori deva ser a candidatura de um ou de outro partido, respeitando todas as candidaturas que o PT coloca, mas reconhecemos a legitimidade de todas as outras candidaturas que estão postas”, avalia o comunista.

Para ele, o cenário de indefinição na Bahia é resultado da ausência de um nome natural que consiga agrupar todas as qualidades de um candidato sem ressalvas. “O problema da Bahia é que não tem nenhum nome natural, com força eleitoral nessa fase da pré-campanha que se imponha pela força eleitoral. Nem na oposição e nem na situação. Os nomes que estão postos, nenhum deles se desloca além de 10% ou 12%. Estão abaixo disso, portanto é um cenário de certo nivelamento. Qualquer nome – e nós temos nomes – que seja posto como a unidade e apresente renovação, atualização do projeto político, acho que tem potencial e possibilidade de crescer”. (Fernando Duarte/Tribuna)

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